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Governo brasileiro pede investigação policial sobre apagão generalizado de eletricidade

Lusa 16 de agosto de 2023 às 07:27

Classificando o apagão como um evento "raro", o ministro de Minas e Energia brasileiro salientou que pediu a investigação devido à "sensibilidade do setor elétrico nacional", que não permite descurar "a sua segurança".

O Governo brasileiro ordenou à Polícia Federal que investigue o apagão que deixou hoje grande parte do país sem eletricidade durante várias horas, para determinar se as causas foram apenas "técnicas" ou se pode ter sido provocado.

REUTERS/Ueslei Marcelino

"Estou oficializando ao Ministério da Justiça para que seja encaminhado à Polícia Federal um pedido de instalação de inquérito policial para que apure com detalhes o que poderia ter ocorrido, além de diagnosticar apenas onde ocorreu", disse, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, numa conferência de imprensa em Brasília.

Classificando o apagão como um evento "raro", o ministro brasileiro salientou que pediu a investigação devido à "sensibilidade do setor elétrico nacional", que não permite descurar "a sua segurança".

Esclareceu, no entanto, que foi detetada uma "sobrecarga" em linhas de transmissão no estado do Ceará, no nordeste do país, uma das regiões mais afetadas.

No entanto, disse que, devido à robustez do sistema de transmissão do país, para uma interrupção de serviço da magnitude registada na terça-feira não seria suficiente "apenas um evento", pelo que estão a tentar determinar se houve outra falha.

O apagão ocorreu às 08:31 (12:31 em Lisboa) e causou uma separação das redes que ligam o norte e o sul do Brasil e interrupções de serviço em 26 dos 27 estados do país.

As regiões norte e nordeste, as mais afetadas, recuperaram o seis horas após a queda do sistema, enquanto no sul e sudeste a falha durou cerca de 45 minutos, disse o ministro.

Embora não tenha feito nenhuma relação com o apagão, Silveira criticou a privatização, no ano passado, da Eletrobras, responsável por um terço da geração e dona de cerca de metade das linhas de transmissão do país.

"Eu seria leviano em apontar que há uma causa direta com relação à privatização da Eletrobras. O que não posso faltar é com a coerência, a minha posição sempre foi essa e não vai deixar de ser é que um setor estratégico como esse deve ter a mão firme do estado brasileiro", afirmou.

A Eletrobras foi privatizada em 2022 pelo Governo do então Presidente Jair Bolsonaro, que foi derrotado nas urnas pelo atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que se opôs à operação.

Silveira acrescentou ainda que, embora o Governo brasileiro detenha 43% das ações da Eletrobras, não foi informado com antecedência sobre a renúncia do presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior, anunciada na noite de segunda-feira, da qual tomou conhecimento pela imprensa.

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