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FBI desbloqueia iPhone do terrorista de São Bernardino

29 de março de 2016 às 08:59

O aparelho pertencia a Syed Farook, que a 2 de Dezembro passado e juntamente com a mulher, matou 14 pessoas. Apple recusava-se a deixar as autoridades "entrarem" no telemóvel

A polícia federal dos EUA (FBI) conseguiu desbloquear o iPhone usado por um dos atacantes de San Bernardino, revelou o Departamento de Justiça, terminando um processo judicial conflitual com a Apple. "A nossa decisão de terminar a litigância [com a empresa] deveu-se exclusivamente, com a assistência recente de uma terceira parte, a sermos agora capazes de desbloquear este iPhone sem comprometer qualquer informação no telefone", afirmou a procuradora Eileen Decker, em comunicado.

 

Com este acesso ao aparelho pelo FBI, o Departamento de Justiça já não precisa da assistência da Apple para desbloquear o aparelho, que esta não queria dar.

 

A notícia foi conhecida depois de na semana passada ter sido suspensa uma audiência no tribunal da Califórnia, onde deveriam comparecer a Apple e o governo dos EUA, depois de as autoridades federais terem solicitado a suspensão para testarem um método de possível acesso ao iPhone.

 

A 2 de dezembro, Syed Farook, com a sua mulher, matou 14 pessoas em San Bernardino, Califórnia.

O patrão da Apple justificou a recusa de colaboração com o governo com o imperativo da protecção dos dados pessoais dos clientes. "Não esperávamos estar nesta posição (...), mas estimamos que temos a obrigação de proteger os vossos dados e a vossa vida privada", declarou Tim Cook, à margem da apresentação de novos produtos na sede californiana do grupo, em Cupertino. "É um assunto que nos afecta a todos, e não recuaremos perante as nossas responsabilidades", prometeu, confessando-se "reconhecido" por todas as mensagens de apoio recebidas de todo o país.

 

O grupo recorreu aos tribunais para contestar a pretensão das autoridades, por considerar a situação perigosa para a segurança dos dados dos seus clientes.

 

O assunto tem polarizado opiniões. O ex-analista da Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA) Edward Snowden e o conselheiro delegado da Google, Sundar Pichai, estão do lado da Apple, enquanto o co-fundador da Microsoft Bill Gates manifestou o seu apoio ao FBI. Já um dirigente da ONU para os direitos humanos, Zeid Ra 'ad Al Hussein, colocou-se ao lado da Apple, uma vez que, argumentou, a intenção do FBI em obrigar a Apple a desbloquear um iPhone pode criar um precedente com sérias repercussões globais para os direitos humanos.

 

 

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