EUA negam responsabilidade no segundo ataque aéreo em Bagdad
Os meios de comunicação iranianos responsabilizaram os EUA por um segundo ataque, mas o país já veio afirmar que não esteve envolvido.
Um porta-voz das forças armadas norte-americanas negou este sábado que o país tenha sido conduzido um segundo ataque em território iraquiano, depois de os meios de comunicação do Irão terem responsabilizado os Estados Unidos. O ataque aéreo, que causou a morte de seis pessoas, tinha como alvo três veículos de membros da Hachad al-Chaabi, a milícia iraquiana apoiada pelo Irão. FACT: The Coalition @CJTFOIR did NOT conduct airstrikes near Camp Taji (north of Baghdad) in recent days.
De acordo com a estação televisiva estatal iraquiana, citada pela France-Presse, o alvo principal do ataque era um comandante da Hachad al-Chaabi, ainda que não especificasse a identidade desse alvo. A AFP citava ainda a televisão, ao responsabilizar os norte-americanos.
Segundo ataque em 24 horas
Este foi o segundo ataque em território iraquiano em menos de 24 horas, depois de o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter ordenado um ataque com um ‘drone’ (veículo aéreo não tripulado), em Bagdad, capital iraquiana, e que matou Qassem Soleimani, comandante da força de elite dos Guardiães da Revolução iranianos, Al-Qods, juntamente com o "número dois" da coligação de grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque Hachd al-Chaab, Abu Mehdi al-Muhandis, e outras seis pessoas.
Na sexta-feira, o chefe de Estado norte-americano referiu que Soleimani foi morto para "parar uma guerra" e não para "começar uma guerra", acrescentando que os Estados Unidos estão "prontos e preparados" para responder à retaliação de Teerão. Washington anunciou também que vai enviar mais 3.000 militares para o Médio Oriente, após a morte daquele general.
Fontes do Departamento de Defesa, citados pela AP sob condição de anonimato, referiram que os efetivos pertencem à 82.ª Divisão de Paraquedistas de Fort Bragg, no estado da Carolina do Norte. Aqueles efetivos somam-se aos cerca de 700 soldados da 82.ª Divisão que foram enviados para o Koweit no início desta semana após a invasão do complexo da embaixada dos EUA em Bagdad por milicianos apoiados pelo Irão.
O ataque já suscitou várias reações, tendo quatro dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas – Rússia, França, Reino Unido e China - alertado para o inevitável aumento das tensões na região e pedem às partes envolvidas que reduzam a tensão. No Irão, o sentimento é de vingança, com o Presidente e os Guardas da Revolução a garantirem que o país e "outras nações livres da região" vão vingar-se dos Estados Unidos.
Também o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, prometeu vingar a morte do general e declarou três dias de luto nacional, enquanto o chefe da diplomacia considerou que a morte como "um ato de terrorismo internacional".
Do lado do Iraque, o primeiro-ministro demissionário, Adel Abdel Mahdi, advertiu que este assassínio vai "desencadear uma guerra devastadora no Iraque" e o grande ayatollah Ali al-Sistani, figura principal da política iraquiana, considerou o assassínio do general iraniano Qassem Soleimani "um ataque injustificado" e "uma violação flagrante à soberania iraquiana".
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