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EUA assinam no sábado acordo de paz com os talibãs no Afeganistão

28 de fevereiro de 2020 às 22:46

Acordo vai ser assinado com a presença do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, numa cerimónia que marcará o início da retirada de mais de 4 mil soldados norte-americanos da região, reduzindo o contingente de 13 mil para 8.600.

O presidente norte-americano,Donald Trump, pediu esta sexta-feira aos afegãos para "aproveitar a oportunidade de paz", ao abrigo do acordo de paz que os EUA vão assinar no sábado com os rebeldes talibãs.

A Casa Branca anunciou que o acordo vai ser assinado no sábado, em Doha, no Qatar, com a presença do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, numa cerimónia que marcará o início da retirada de mais de 4.000 soldados norte-americanos da região, reduzindo o contingente de 13.000 para 8.600.

"Se os talibãs e o Governo afegão cumprirem os compromissos, teremos uma boa ocasião para terminar a guerra noAfeganistãoe trazer as nossas tropas para casa", disse o presidente norte-americano, num comunicado hoje divulgado.

"Pedimos aos afegãos para aproveitar a oportunidade de paz", afirmou Trump, referindo-se ao resultado de longas negociações com os rebeldes talibãs.

Para Trump, "estes compromissos representam um passo importante para a paz duradoura num Afeganistão livre da Al-Qaeda, do Estado Islâmico e de qualquer outro grupo terrorista" que "queira causar dano".

A assinatura do acordo ocorre uma semana depois de a coligação internacional liderada pelos Estados Unidos e os talibãs se comprometerem a reduzir a violência na região.

Em 17 de fevereiro, os talibãs anunciaram que tinham chegado a um acordo com os Estados Unidos que permitiria a assinatura de um tratado para colocar fim a duas décadas de conflito no Afeganistão.

O acordo inclui a possibilidade de negociações diretas entre os rebeldes e o Governo afegão, que o movimento insurgente tinha até agora recusado, e conduzirá a um tratado permanente de paz, que termina uma guerra que remonta a 2001 e que se tornou o mais longo conflito militar em que os Estados Unidos estiveram envolvidos.

O acordo contempla ainda a retirada gradual das tropas norte-americanas e a libertação de cerca de metade dos talibãs que tinham sido feitos prisioneiros pelas forças fiéis ao regime afegão.

O primeiro passo desta nova fase passará pela libertação pelo Governo de Cabul de 5.000 dos cerca de 11.000 elementos do movimento que se encontram presos.

Em troca, os talibãs comprometem-se a libertar cerca de mil prisioneiros das forças afegãs.

Para a assinatura do acordo, em Doha, serão convidados representantes dos países vizinhos do Afeganistão, membros da União Europeia, do Conselho de Segurança da ONU e da Organização de Cooperação Islâmica.

Os pormenores do acordo ainda não foram divulgados, mas informações preliminares sobre o projeto preparado pelos negociadores, e divulgado em setembro passado, indicavam que estava contemplada a retirada de cerca de 5.000 soldados norte-americanos, nos 135 dias seguintes à assinatura do documento.

"Este é, provavelmente, o mais importante acontecimento na história da Afeganistão, nos últimos 18 anos, em termos de procura da paz", disse Sultan Barakat, diretor do Centro de Conflito e Estudos Humanitários, de Doha.

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