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Especialistas preveem 70 mil mortes por Covid-19 no Chile

22 de junho de 2020 às 21:59

País sul-americano registou esta segunda-feira 4.608 novos casos, ultrapassando a Espanha no número total de infeções, com 246.963.

O Chile registou hoje 4.608 novos casos de covid-19, ultrapassando a Espanha no número total de infeções com 246.963, no mesmo dia em que um grupo de especialistas previu que a pandemia pode provocar 70.000 mortes no país sul-americano.

Com 18 milhões de habitantes, o Chile é o sétimo país do mundo com mais infeções, atrás dos Estados Unidos, Brasil, Rússia, Índia, Reino Unido e Peru, e um dos mais afetados por milhão de habitantes, mas também um dos que mais testes realiza, segundo a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.

Nas últimas 24 horas, foram também registadas 23 novas mortes, sendo que o número total de mortos com testes positivos para o coronavírus alcançou os 4.502, aos quais se juntam os 3.069 óbitos atribuídos à covid-19 e que não possuem testes positivos, totalizando 7.571 vítimas mortais.

Ainda hoje, um grupo de representantes de sociedades médicas e científicas chilenas previu que o vírus vai provocar 70.000 mortes caso o governo não mude a estratégia e não decrete medidas de "confinamento drástico" para interromper a atual taxa de infeção.

"A longo prazo, no final da pandemia, as estimativas alertam-nos para a possibilidade de alcançar o escasso número de 70.000 pessoas falecidas, se considerarmos 0,6% de letalidade em 60% da população (imunidade de grupo)", alertaram os cientistas em carta enviada ao Presidente, Sebastián Piñera.

No mesmo documento, o grupo assegura que 10% da população está contagiada e em resposta àquela alegação, o ministro da Saúde, Enrique Paris, disse ter sempre reconhecido que "a situação é preocupante", apesar de o Presidente ter dito, a 18 de março, que o país estava "mais bem preparado" do que Espanha para enfrentar a crise sanitária.

Após dias de controvérsia acerca de uma reportagem do ‘media’ de investigação CIPER, o governo chileno reconheceu que o número de mortos que comunicava à Organização Mundial da Saúde (OMS) era bastante superior do que o anunciado à população, contradição que custou o cargo ao então ministro da Saúde Jaime Mañalich.

Santiago, em quarentena desde o dia 15 de maio e com a rede de hospitais no limite, continua a ser o foco principal da pandemia e é a quarta cidade do mundo com mais casos, depois de Nova Iorque, Moscovo e São Paulo, segundo a universidade Johns Hopkins.

As autoridades chilenas reconheceram que a quarentena, que além da capital se mantém noutras cidades do país e afeta 8,6 milhões de pessoas, não está a ter os resultados esperados, porque a mobilidade continua a ser alta.

O Chile, com quase um milhão de testes realizados, está em estado de emergência há mais de três meses, com as fronteiras encerradas, assim como as escolas e o comércio que não é de primeira necessidade.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 468 mil mortos e infetou quase 9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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