Desmantelada rede que introduzia amêijoa portuguesa contaminada em Espanha
Há quatro portugueses entre os 43 detidos na operação Txuspas, coordenada pela EUROPOL. Foram confiscados 80 mil euros em dinheiro, assim como localizado um viveiro clandestino onde era armazenada a amêijoa produzida em Portugal.
A polícia espanhola desmantelou uma rede internacional que introduziaamêijoacontaminada produzida ilegalmente em Portugal, numa operação em que foram detidas 43 pessoas, entre elas quatro portugueses, e apreendidas 38,5 toneladas de bivalves.
Num comunicado de imprensa publicado hoje, a Guarda Civil espanhola (correspondente à GNR) explica como se desenrolou a operação Txuspas, coordenada pela EUROPOL, e na qual foram apreendidas 38,5 toneladas de "amêijoa japonesa".
O dispositivo permitiu ainda que fossem detidas 43 pessoas (39 de nacionalidade espanhola e quatro portugueses) e confiscados 80 mil euros em dinheiro, assim como localizado um viveiro clandestino onde era armazenada a amêijoa produzida em Portugal.
Finalmente, foram efetuadas seis buscas e sete inspeções a um total de 11 empresas envolvidas na investigação.
A investigação começou no ano passado, após o envenenamento de vinte e sete pessoas em diferentes restaurantes das regiões espanholas da Cantábria e das Astúrias.
Os investigadores conseguiram demonstrar a existência de um grupo organizado dedicado à pesca ilegal de bivalves em Portugal e a sua posterior comercialização através de armazéns ilegais em Espanha, que utilizavam duas rotas de entrada que tinham como destinos finais Huelva (Andaluzia) e a Cantábria.
Após um breve tratamento de depuração, com circulação de água limpa, mas sem realizar uma purificação completa, a amêijoa contaminada era colocada no mercado através de lojas ligadas à venda de moluscos e restaurantes.
A investigação revelou a cumplicidade entre os fornecedores da amêijoa japonesa e os responsáveis pelos armazéns, que misturavam os bivalves envenenados com a amêijoa adquirida legalmente, a fim de se perder a rastreabilidade.
Apesar de a atividade das empresas investigadas estar centrada em Espanha, todas as amêijoas tinham como origem a pesca furtiva de marisco na costa portuguesa, razão pela qual as autoridades espanholas trabalharam com a ASAE (Autoridade de Segurança Alimentaria e Económica portuguesa).
Em outubro passado, o último carregamento que a organização criminosa tentou introduzir em Espanha, 2,5 toneladas de "amêijoa japonesa" contaminada, foi apreendido em solo português.
Os grupos de mariscadores furtivos, dedicados à recolha dos bivalves, eram maioritariamente compostos por pessoas de diferentes nacionalidades da Europa de Leste, com escassos recursos económicos, que atuavam à margem da lei, segundo a Guarda Civil.
Os principais responsáveis pela rede e pelo transporte dos bivalves foram detidos em Espanha e em Portugal.
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