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Covid-19: Trump defende prolongamento de medidas de confinamento nos EUA

30 de março de 2020 às 20:04

Presidente dos EUA reconheceu que a propagação do vírus ainda está apenas a começar, admitindo que serão precisas medidas mais duras - um dia depois de ter dito que gostaria que os norte-americanos já estivessem a viver vidas normais na segunda semana de abril.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, justificou hoje a sua decisão de prolongar as medidas de distanciamento social até final de abril, enquanto prepara o país para o cenário de mais de 100.000 mortes pela covid-19.

"O pior que podemos fazer é tomar atitudes muito cedo e, de repente, tudo regressa", disse Trump, numa entrevista televisiva hoje difundida, em que o Presidente procurou justificar a tomada de medidas de contenção durante, pelo menos, mais um mês.

Trump reconheceu que a propagação do vírus ainda está apenas a começar, admitindo que serão precisas medidas mais duras, num volte-face estratégico, um dia depois de ter dito que gostaria que os norte-americanos já estivessem a viver vidas normais na segunda semana de abril.

Perante projeções dramáticas da sua equipa de conselheiros, que indicam que o número de mortes com covid-19 pode ultrapassar 100.000, Trump defende agora medidas de distanciamento social num prazo prolongado.

O impulso de reabrir o país, motivado pela pressão de líderes empresariais, esbarrou contra a opinião do principal conselheiro de Trump para a pandemia, Anthony Fauci, que estimou que poderão morrer entre 100.000 e 200.000 norte-americanos vítimas do novo coronavírus.

"Não seria uma boa ideia, travar no momento em que estamos a precisar de por o pé no acelerador", disse hoje Fauci, numa entrevista televisiva, explicando como tinha sido capaz de mudar a posição do Presidente e convencê-lo a aumentar medidas de confinamento.

Agora, os norte-americanos preparam-se para pelo menos 30 dias de distanciamento social e perturbação da vida económica dos EUA, com escolas e empresas fechadas.

Um em cada três norte-americanos devem permanecer em casa, de acordo com as instruções dos governos estaduais ou locais, que procuram implementar as medidas de combate à propagação do novo coronavírus.

As diretrizes federais recomendam que não se formem grupos de mais de 10 pessoas e instam os idosos e pessoas com problemas de saúde a ficar em casa.

O teletrabalho será incentivado e pede-se às pessoas para evitarem restaurantes, bares e todas as viagens não essenciais.

Nas suas declarações, contudo, Trump não falou de projeções seguindo as quais mais de dois milhões de norte-americanos poderiam morrer se nenhuma medida de contenção fosse adotada e preferiu referir a emoção que sentiu quando viu cenas angustiantes de hospitais, onde estão a morrer vítimas de covid-19.

"Vi sacos de cadáveres por todo o lado. (…) Vi coisas que nunca vi antes", disse o Presidente, referindo-se a imagens de hospitais em Nova Iorque, a cidade que se tornou o epicentro da epidemia nos Estados Unidos, com mais de mil mortos nos últimos dias.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia

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