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Covid-19: Falta oxigénio para muitos doentes, denuncia a OMS

24 de junho de 2020 às 19:28

"Muitos países estão a ter dificuldades em obter concentradores de oxigénio porque 80% do mercado está na posse de apenas algumas empresas", afirma.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou hoje que há falta de oxigénio para muitas pessoas infetadas com covid-19, estimando que, ao ritmo de um milhão de novos casos por semana, sejam precisos 620.000 metros cúbicos por dia.

Em conferência de imprensa a partir da sede da OMS, o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreysesus indicou que pela estimativa daquela agência da ONU, a quantidade de oxigénio necessária para os doentes com dificuldade em respirar equivale a 88.000 cilindros de grande dimensão por dia.

No entanto, "muitos países estão a ter dificuldades em obter concentradores de oxigénio [que extraem e purificam oxigénio a partir do ar e permitem armazená-lo na concentração aumentada de que os doentes precisam] porque 80% do mercado está na posse de apenas algumas empresas".

"A procura está a ultrapassar largamente a oferta", declarou.

A OMS e outros organismos da ONU compraram 14.000 concentradores de oixigénio que estão prontos para ser enviados para 120 países que deles precisam nas próximas semanas e garantiu a compra de mais 170.000 ao longo dos próximos seis meses, no valor de 100 milhões de dólares.

O diretor executivo do programa de emergências sanitárias da OMS, Michael Ryan, afirmou que se mantem na América Central e do Sul uma "tendência preocupante" para um aumento de casos e que a pandemia "ainda não atingiu o pico" naquela parte do mundo, escusando-se no entanto a avançar quando poderá ser atingido porque ainda não se conseguiu o "nível baixo de transmissão" que indicaria que teria sido superado.

Em vários países, assistiu-se a aumentos de novos casos diários entre "25% e 30%" e a principal responsável técnica da OMS no combate à covid-19, Maria Van Kerkhove, salientou que aquela zona do mundo está a entrar na época da gripe sazonal, o que colocará ainda mais pressão sobre os sistemas de saúde.

"É provável que continue a aumentar sustentadamente", afirmou Ryan, indicando que é expectável que continuem a morrer mais pessoas nas próximas semanas e defendendo que os governos dos países do continente precisam de se empenhar completamente na luta contra o novo coronavírus.

A redução da mortalidade depende, antes de tudo, de "proteger as pessoas da infeção", salientou, indicando que é preciso disponibilizar as ferramentas a quem delas precisa.

"Não vale a pena saber que o oxigénio funciona se se está num campo de refugiados na Somália, sem acesso", ilustrou.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 477 mil mortos e infetou mais de 9,2 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 1.543 pessoas das 40.104 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

APN // HB

Lusa/fim

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