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Covid-19: Eurocético Nigel Farage volta com partido anti-confinamento

02 de novembro de 2020 às 12:10

O antigo eurodeputado britânico quer mudar o nome do Partido do Brexit para Reforma do Reino Unido. Objetivo é lutar contra a estratégia do Governo de confinamento nacional para combater a pandemia covid-19.  

O antigo eurodeputado britânico Nigel Farage anunciou hoje querer mudar o nome do Partido do Brexit para Reforma do Reino Unido [Reform UK] e lutar contra a estratégia do Governo de confinamento nacional para combater a pandemia covid-19.  

"Os confinamentos não funcionam: na verdade, eles causam mais danos do que benefícios. Mas existe uma alternativa confiável, recomendada por alguns dos melhores epidemiologistas e médicos do mundo", escreveu hoje num artigo publicado no jornal Daily Telegraph, em conjunto com Richard Tice. 

O anúncio coincide com a decisão do Governo britânico de declarar um confinamento nacional de quatro semanas em Inglaterra a partir de quinta-feira até 02 de dezembro para tentar reduzir o aumento de infeções com covid-19. 

Farage invoca a "Declaração do Grande Barrington", subscrita por alguns cientistas britânicos, que defende uma maior proteção para os idosos e pessoas com problemas de saúde que possam resultar em complicações se contraírem coronavírus, enquanto que o resto da sociedade, sobretudo jovens, faz uma vida perto do normal. 

"O resto da população deve, com boas medidas de higiene e uma dose de bom senso, seguir em frente. Dessa forma, construímos imunidade na população. Os jovens atuam como guerreiros, criando um escudo de proteção. É claro que as famílias multigeracionais precisarão implementar medidas mais rígidas", refere.

O novo partido pretende também fazer campanha pela restruturação de instituições britânicas como a Câmara dos Lordes, a câmara alta do parlamento, a estação pública BBC e o sistema eleitoral. 

"Embora continuemos de olho no Brexit, está na hora de redirecionar nossas energias. Por isso pedimos à Comissão Eleitoral que renomeie o partido. Queremos ser conhecidos como o partido da Reforma", escreve o político, a quem é atribuída parte da responsabilidade pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE).

O Reino Unido saiu da UE em 31 de janeiro de 2020 na sequência de um referendo realizado em 2016, no qual 52% dos eleitores votaram a favor da saída, e encontra-se em negociações para definir o futuro relacionamento pós-Brexit. 

No domingo, o Reino Unido registou 162 mortes e 23.254 novas infeções com covid-19 no espaço de 24 horas, tendo sido internadas 1.442 pessoas nos hospitais devido a complicações resultando do coronavírus.

Com 46.717 óbitos registados oficialmente, o Reino Unido é o país europeu com o maior número de mortes de covid-19 e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,2 milhões de mortos e mais de 46,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 2.544 pessoas dos 144.341 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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