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Covid-19: Estudo estima taxa de mortalidade entre 1% e 2% em Nova Iorque

02 de julho de 2020 às 08:09

Estudo preliminar aponta que nova-iorquinos têm a taxa de mortalidade mais alta identificada até ao momento em qualquer lugar do mundo.

Um estudo preliminar de uma universidade norte-americana estima que entre 1% e 2% dos nova-iorquinos infetados com covid-19 morreram, uma taxa de mortalidade mais alta do que a identificada em qualquer outro lugar do mundo.

O estudo, da Universidade de Columbia, financiado pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, o Programa de Respiração Rápida da Fundação Nacional de Ciências e o Departamento de Saúde de Nova Iorque, é um documento pendente de avaliação, antes de ser publicado e abrir um debate.

O documento foi divulgado no servidor "MedRxiv" e estima o risco de mortalidade por infeção (IFR, na sigla em inglês) em geral e em cinco grupos etários durante o período entre 01 de março e 16 de maio, em Nova Iorque, quando se contabilizaram mais de 191 mil casos de contágio pelo novo coronavírus e mais de 20 mil mortes confirmadas ou prováveis.

O IFR da população geral da cidade foi de 1,45%, significando que entre 1 e 2% dos nova-iorquinos infetados com covid-19 nesse período morreram, incluindo aqueles com sintomas ligeiros ou sem sintomas.

Esta estimativa inclui as mortes confirmadas e prováveis, mas se se baseasse apenas nas confirmadas, que representam 78% total, a taxa baixava para 1,1%.

"Ambas as estimativas são mais altas do que as previamente relatadas em qualquer parte (por exemplo, em torno de 0,7% na China e em França)", destacam os investigadores.

O risco de mortalidade mais baixo é registado nos grupos etários mais jovens: 0,011% para menores de 25 anos; 0,12% para pessoas entre 25 e 44 anos; e 0,94% para doentes entre 45 e 64 anos, "semelhante aos IRF referenciados pela China para grupos etários correspondentes", aponta-se no estudo.

"O IFR estimado para os grupos de pessoas com idades mais altas foi muito superior ao dos jovens e cerca do dobro das taxas registadas para os mesmos grupos na China", lê-se no documento, referindo que o risco de mortalidade por infeção é de 4,67% entre pessoas dos 65 aos 74 anos e 13,83% para doentes acima dos 75 anos.

Os investigadores reconhecem que as diferenças no risco de mortalidade nos idosos podem dever-se a características demográficas e à prevalência de doenças, mas consideram que as "graves estimativas sublinham a severidade da covid-19 nas populações mais velhas e a importância da prevenção da infeção na comunidade".

Além disso, tendo em conta a robustez das infraestruturas sanitárias e dos sistemas de saúde em Nova Iorque, em relação a muitos outros locais, "o IFR mais alto estimado aqui sugere que o risco de mortalidade de covid-19 pode ser mais alto nos Estados Unidos e provavelmente noutros países do que aquele previamente informado".

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 512 mil mortos e infetou mais de 10,56 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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