Covid-19. Oito países suspendem vacina da AstraZeneca após morte de enfermeira
Enfermeira de 49 anos na Áustria sofreu múltiplas tromboses após ser vacinada com dose da AstraZeneca e outra , de 35 anos, sofreu sintomas graves de embolia pulmonar. Mais sete países europeus suspenderam o uso da vacina, mas UE diz que esta não esteve por detrás das doenças e avança que lote com um milhão de doses foi distribuído a 17 países.
A Áustria suspendeu esta quarta-feira o uso da vacina da AstraZeneca contra a covid-19, depois da morte de uma enfermeira de 49 anos vacinada após sofrer múltiplas tromboses e o registo de sintomas graves de embolia pulmonar noutra enfermeira de 35 anos igualmente vacinada. Outros cinco países da União Europeia seguiram os austríacos, suspendendo a administração da vacina da farmacêutica anglo-sueca.
No mesmo dia, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) disse não existir qualquer prova e que provavelmente a vacina da AstraZeneca não esteve por detrás das doenças e da causa de morte. Os casos estão agora a ser revistos, avança aReuters, com a UE a revelar que o mesmo lote de vacinas da AstraZeneca, que representa cerca de um milhão de doses, foi distribuído a 17 países europeus, que já foram alertados.
No domingo, o Infarmed avançou que o lote ABV 5300 "não foi rececionado nem distribuído em Portugal".
O regulador europeu revelou ainda que o número de casos tromboembolícos em pessoas que receberam a vacina da AstraZeneca não é maior do que é visto na população geral, com 22 casos reportados entre 3 milhões de pessoas que já receberam doses da vacina até 9 de março.
Além da Áustria, outros quatro países - Estónia, Lituânia, Luxemburgo e Letónia - suspenderam o uso da vacina da AstraZeneca, ficando à espera da investigação conduzida pelo Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância da EMA.
Já esta quinta-feira, a Dinamarca anunciou a suspensão da vacina. Nas redes sociais, o ministro da Saúde dinamarquês, Magnus Heunicke escreveu: "As autoridades de saúde, por precaução, suspenderam a vacinação com a vacina da AstraZeneca após um sinal de um possível efeito colateral sério na forma de coágulos sanguíneos fatais. Atualmente não é possível concluir que haja uma relação. Agimos cedo, mas é necessário realizar uma investigação minuciosa.
Depois da Dinamarca, também a Noruega e a Itália decidiram suspender temporariamente a administração da vacina. Autoridades de saúde noruguesas indicaram que a medida foi tomada "por precaução".
Na Suécia foram identificados dois casos de "eventos tromboembólicos" relacionados com a vacina da AstraZeneca e cerca de 10 com a vacina da Pfizer, mas as autoridades de saúde não conseguiram encontrar evidências suficientes para parar a vacinação das doses da farmacêutica anglo-sueca.
"Não vemos razão para alterar a nossa recomendação", afirmou Veronica Arthurson, chefe de segurança de medicamentos da Agência Sueca de Produtos Médicos, em conferência de imprensa. "Nada indica que a vacina cause estes coágulos no sangue".
Também a Espanha avançou esta quinta-feira que não irá suspender a administração da vacina da AstraZeneca, indicando não ter registado qualquer casos de coagulação do sangue relacionada com o lote da AstraZeneca.
Até esta terça-feira, dois outros casos de formação de coágulos no sangue foram identificados em pacientes que receberam uma dose do mesmo lote de vacinas da AstraZeneca, o que representa quatro dos 22 casos de tromboembolia reportados pela EMA.
(artigo atualizado às 10h27 com inclusão da Dinamarca nos países que suspenderam vacina da AstraZeneca e às 14h48 com informações sobre a Noruega, Itália, Suécia e Espanha)
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