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Covid-19: Alemanha, França e Itália juntam-se a petição a favor de "pacto verde" na UE

10 de abril de 2020 às 22:07

13 países advogam que as medidas que vão marcar a recuperação económica se concretizem com base no plano apresentado em dezembro passado por Ursula von der Leyen.

Alemanha, França e Itália juntaram-se hoje a uma petição de mais 10 países da União Europeia, incluindo Portugal, para que a recuperação económica, uma vez superada a pandemia da covid-19, decorra sob um "pacto verde".

Na quinta-feira, numa carta entregue à Comissão Europeia, 10 ministros da União Europeia, entre os quais o ministro do Ambiente português, João Matos Fernandes, intitulada "Fazer da Recuperação da UE um Green Deal" (Pacto Verde), defendiam que a crise atual "sem precedentes" deve ser enfrentada "sem repetir os erros do passado".

Os agora 13 países advogam que as medidas que vão marcar a recuperação económica se concretizem com base no plano apresentado em dezembro passado pela presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.

Teresa Ribera, vice-presidente e ministra para a Transição Ecológica de Espanha, uma das primeiras a assinar o documento, apela a que a Comissão analise os elementos do "pacto verde" para se ir adiantando numa recuperação "em direção a uma economia compatível com o meio ambiente".

"Uma economia que vá gerar emprego, ben-estar, e permita uma resiliência e sustentabilidade nos modos de negócio e produção, pensando numa transição justa", acrescentou.

Estes três países juntam-se à Áustria, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Itália, Letónia, Luxemburgo, Holanda, Portugal e Suécia, segundo um documento divulgado hoje pela agência EFE.

Os subscritores realçaram que, em poucas semanas, a pandemia arrasou o mundo, provocando uma tremenda tragédia humana e um retrocesso histórico cujo impacto completo ainda se desconhece, e insistiram que a prioridade é a luta contra a doença (covid-19) e as suas consequências imediatas.

Mas, acrescentaram, a preparação da reconstrução económica deve começar a avançar: "Deveríamos começar a preparar-nos para reconstruir a nossa economia e introduzir os planos de recuperação necessários para trazer progresso e prosperidade renovados e sustentáveis para a Europa e os seus cidadãos".

Os ministros apelam à capacidade de trabalhar em conjunto e à solidariedade e propõem o aumento dos investimentos na mobilidade sustentável, em energias renováveis, na reabilitação de edifícios, na investigação e inovação, na economia circular e ainda na diversidade biológica.

Foi ainda expresso o desejo de enviar um sinal político ao mundo de que a União Europeia vai liderar o caminho para a neutralidade climática em 2050 e o cumprimento do Acordo de Paris, contra as "tentações de soluções a curto prazo".

A carta é assinada por, além do ministro português, a vice-presidente e ministra para a Transição Ecológica de Espanha, Teresa Ribera; a ministra federal de Ação Climática, Ambiente, Energia, Mobilidade e Inovação da Áustria, Leonore Gewessler; o titular de Clima, Energia e Serviços Públicos, da Dinamarca, Dan Jørgenseny; a ministra do Ambiente e Alterações Climáticas da Finlândia, Krista Mikkonen; o ministro do Ambiente, da Terra e do Mar de Itália, Sergio Costa; o responsável da Proteção Ambiental e Desenvolvimento Regional da Letónia, Juris Puce; a ministra do Ambiente, Clima e Desenvolvimento Sustentável do Luxemburgo, Carole Dieschbourg; o ministro dos Assuntos Económicos e da Política Climática dos Países Baixos, Eric Wiebes, e ainda a vice-primeira-ministra sueca, que tem a responsabilidade pela pasta do Ambiente e Clima, Isabella Lövin.

O Pacto Verde Europeu, que é o mapa com que a União Europeia tenciona acelerar a sua transição ecológica para uma economia neutra em emissões de dióxido de carbono, até 2050, foi apresentado em dezembro pela presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou a morte a mais de 100 mil pessoas e infetou mais de 1,6 milhões em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, mais de 330 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 857 mil infetados e mais de 70 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, contabilizando 18.849 óbitos, entre 147.577 casos confirmados até hoje.

Os Estados Unidos são o segundo país com maior número de mortes, registando 17.925, e aquele que contabiliza mais infetados (475.749), enquanto ao Espanha tem 15.843 óbitos, entre 157.022 casos de infeção confirmados até hoje.

Além de Itália, Estados Unidos e Espanha, os países mais afetados são França, com 13.197 mortos (125.930 casos), Reino Unido, 8.958 mortos (70.783 casos), Irão, com 4.232 mortos (68.192 casos), China, com 3.336 mortos (81.907 casos), e Alemanha, com 2.373 mortes (113.525 casos).

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