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Coronavírus: Vítor Gaspar sugere mais gastos para apoiar pessoas e empresas

06 de março de 2020 às 20:54

Para o diretor de Assuntos Orçamentais do FMI os governos devem "providenciar serviços básicos às pessoas que têm de estar em quarentena e às empresas afetadas".

Um artigo assinado hoje pelo antigo ministro das Finanças Vítor Gaspar e pelo economista Paolo Mauro recomenda aos países afetados pelo novo coronavírus que gastem mais dinheiro contra a doença e na proteção de pessoas e empresas.

"Dependendo da sua capacidade administrativa", os executivos, segundo Vítor Gaspar e Paolo Mauro, devem "gastar dinheiro para prevenir, detetar, controlar, tratar e conter o vírus", "providenciar alívios liquidez atempados, dedicados e temporários às pessoas e empresas mais afetadas" e "criar um plano de continuidade de negócios", pode ler-se num artigo hoje publicado no blogue do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Para Vítor Gaspar, diretor de Assuntos Orçamentais do FMI, e Paolo Mauro, subdiretor, os governos devem "providenciar serviços básicos às pessoas que têm de estar em quarentena e às empresas afetadas", dando o exemplo da Coreia do Sul e da China, que alocaram dinheiro aos governos locais.

Nas medidas de apoio às pessoas e empresas, os economistas recomendam "dar subsídios salariais às pessoas e empresas para ajudar a conter o contágio", tal como feito em França, no Japão ou na Coreia do Sul, que estão a dá-los nos casos em que funcionários precisem de estar de baixa a tomar conta de crianças, ou nos casos de quarentena própria.

Vítor Gaspar e Paolo Mauro recomendam ainda "expandir e estender transferências em dinheiro e géneros, especialmente para grupos vulneráveis", dando o exemplo da China, que "está a acelerar pagamentos de benefícios de seguros de desemprego e a expandir as redes de segurança social".

"Providenciar um alívio fiscal às pessoas e empresas que não possam pagar" é também sugerido pelos dois economistas, que citam novamente a China, que aliviou o 'fardo' fiscal às empresas nos setores dos transportes, turismo e hotéis", a Coreia do Sul, a Itália, o Vietname e o Irão como países que estão a tomar medidas fiscais do tipo.

Relativamente aos planos de continuidade dos negócios, o texto hoje publicado pelo FMI mostra a sugestão de "contar ao máximo com os meios eletrónicos" para providenciar serviços.

"Aqueles que são mais fortemente atingidos não devem ir à bancarrota e perder a sua subsistência sem terem culpa", pode ainda ler-se no texto hoje publicado.

O surto de Covid-19, detetado em dezembro, na China, e que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou pelo menos 3.385 mortos e infetou mais de 98 mil pessoas em 87 países e territórios, incluindo 13 em Portugal.

Das pessoas infetadas, mais de 55 mil recuperaram.

Além de 3.042 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça, Espanha, Reino Unido e Países Baixos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para "muito elevado".

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