Convidado pela Rússia, Roger Waters diz na ONU que invasão da Ucrânia é ilegal
Também criticou os provocadores da guerra, sem especificar quem eram, e afirmou que China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos têm grande interesse pelos lucros da guerra.
Roger Waters, o co-fundador dos Pink Floyd, esteve esta quarta-feira, 8, no Conselho de Segurança da ONU a convite da Rússia. Aproveitou o momento para considerar a invasão à Ucrânia ilegal, apesar de acreditar que foi provocada, e pedir um cessar-fogo.
A Rússia convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU com o objetivo de discutir o envio de armas para a Ucrânia e pediu autorização para que Roger Waters fosse um dos oradores, enquanto "ativista pela paz". Em setembro de 2022, o cantor partilhou uma carta aberta em que argumentava contra o fornecimento de armas por parte dos países ocidentais.
Roger Waters utilizou a sua participação para considerar que, apesar de a invasão ser ilegal, "não ocorreu sem provocação" e pediu que "os provocadores sejam condenados nos termos mais fortes possíveis", sem dar pormenores.
O embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, respondeu ao cantor invocando o título do sucesso da banda Another Brick in the Wall(Outro Tijolo na Parede): "É triste para os seus ex-fãs ver que aceitou o papel de ser apenas mais um tijolo na parede. A parede da desinformação e propaganda russa".
Já o vice-embaixador dos EUA nas Nações Unidas, Richard Mills, afirmou que apesar de reconhecer as "credenciais impressionantes de Waters como artista musical", este não detém qualificações "evidentes" para discutir o controlo do armamento ou questões de segurança europeia.
Ferit Hoxha, embaixador da Albânia na ONU, referiu ainda que o cantor "tem sorte de estar em Nova Iorque, num país livre, poder dizer o que pensa, dizer o que quiser, inclusive sobre como a agressão russa é errada". Ferit Hoxha considerou ainda que se Roger Waters tivesse feito as mesmas declarações na Rússia "poderia já estar detido".
A Rússia tem vindo a reforçar as suas leis contra a disseminação e "desinformação" relativa à guerra ou ao descrédito do exército russo. No entanto o vice-embaixador da Rússia na ONU, Dmitry Polyanskiy, rejeitou as acusações de Ferit Hoxha, defendendo que a Rússia respeita a liberdade de expressão.
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