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Carlos Ghosn: "Não fugi da justiça mas sim da injustiça"

08 de janeiro de 2020 às 16:18

Ex-presidente da Renault-Nissan estava em liberdade sob fiança desde abril de 2019, com as comunicações e movimentos restringidos e a proibição de sair do Japão. Fugiu e chegou ao Líbano num avião privado procedente da Turquia.

O ex-presidente da Renault-NissanCarlos Ghosnafirmou esta quarta-feira em Beirute que as duas empresas do setor automóvel perderam, desde a sua detenção no Japão em novembro de 2018, dezenas de milhões de dólares por dia.

"O valor da Nissan, desde a minha detenção baixou mais de 10 mil milhões de dólares. Eles perderam mais de 40 milhões de dólares por dia durante este período", afirmou aos jornalistas em Beirute, onde se encontra desde 30 de dezembro depois de ter fugido do Japão.

"A Renault não ficou melhor, porque o seu valor baixou, desde a minha detenção, mais de 5 mil milhões de euros por dia", acrescentou.

Numa conferência de imprensa com mais de 100 jornalistas, Ghosn afirmou que está "pronto para ficar muito tempo" no Líbano, país que não tem acordo de extradição com o Japão.

"Não fugi da justiça mas sim da injustiça e da perseguição política" no Japão, assegurou Ghosn, que chegou ao Líbano num avião privado procedente da Turquia.

O ex-líder da Renault-Nissan disse ainda acreditar que o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, "não está envolvido" na sua detenção, mas considerou que foi vítima de conluio.

Depois de ter estado detido 130 dias, Ghosn estava em liberdade sob fiança desde abril de 2019, com as comunicações e movimentos restringidos e a proibição de sair do Japão.

O ex-responsável da Renault-Nissan, de 65 anos, afirmou que hoje pode falar "livremente" pela primeira vez.

Ghosn foi acusado no Japão de "abuso de confiança agravado" e de irregularidades financeiras.

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