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Trump suspende negociações comerciais com Tailândia devido a tensões com Camboja

Lusa 15 de novembro de 2025 às 14:33

Washington espera que Tailândia e Camboja possam "chegar a uma solução para esta questão o mais rapidamente possível".

Os Estados Unidos suspenderam as negociações de um acordo comercial com a Tailândia devido às tensões na fronteira com o Camboja, após Banguecoque suspender um entendimento de paz assinado em outubro com a mediação do Presidente norte-americano.
AP Photo/Evan Vucci
Num comunicado divulgado no sábado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia informou ter recebido uma carta do Governo norte-americano a anunciar a decisão de suspender temporariamente as negociações, que "poderão ser retomadas assim que a Tailândia reafirmar o seu compromisso” com a implementação do acordo intermediado pelo líder da Casa Branca, Donald Trump. Washington afirmou na sua carta, segundo Banguecoque, que espera que a Tailândia e o Camboja possam "chegar a uma solução para esta questão o mais rapidamente possível", três dias depois de as forças armadas de ambos os países se terem acusado mutuamente de troca de tiros na fronteira comum, resultando numa morte e três feridos do lado cambojano. "A Tailândia manifestou a sua deceção com esta abordagem, dado que tem repetidamente enfatizado que as questões de segurança não devem estar ligadas às questões comerciais em discussão entre a Tailândia e os Estados Unidos, que representam os interesses mútuos de ambos os países", prosseguiu o comunicado. A diplomacia de Banguecoque reiterou que procurará “expandir as oportunidades económicas através de negociações de acordos de comércio livre abertura de novos mercados e participação em estruturas de cooperação económica internacional”. O Governo tailandês, liderado pelo primeiro-ministro Anutin Charnvirakul, declarou a sua disponibilidade para apoiar os Estados Unidos e reconheceu o seu papel na redução das tensões com o Camboja, “para preparar o caminho para uma paz duradoura”. No entanto, durante uma conversa telefónica na sexta-feira à noite, Anutin disse a Trump que, na situação atual, a Tailândia “deve reservar-se o direito de tomar as medidas necessárias para proteger a sua soberania”, enquanto se aguarda o reconhecimento do Camboja de que violou o acordo. A Tailândia suspendeu o acordo de paz com o Camboja na segunda-feira, depois de um dos seus soldados ter perdido a perna devido a uma mina terrestre. As autoridades tailandesas alegam que a mina foi recentemente plantada na zona fronteiriça, enquanto Phnom Penh afirma que era um resquício de conflitos passados. Trump disse aos jornalistas na sexta-feira que o mero anúncio de potenciais tarifas comerciais dos Estados Unidos era suficiente para evitar uma escalada entre os dois países, depois de ter falado separadamente com Anutin e com o primeiro-ministro cambojano, Hun Manet. Banguecoque e Phnom Penh disputam a soberania sobre alguns territórios ao longo da sua fronteira, que foi cartografada pela França em 1907, quando o Camboja era uma colónia francesa. Este conflito intensificou-se no final de julho, durante cinco dias de confrontos que fizeram cerca de 50 mortos e dezenas de feridos de ambos os lados.
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