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Beyoncé está de volta com Renaissance, um disco para as pistas de dança (do passado e presente)

Disco, house, funk e rap cabem todos no novo disco de Beyoncé que revisita o passado e presente da música de dança.

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Beyoncé está de volta com Renaissance, um disco para as pistas de dança (do passado e presente)
Diogo Barreto 29 de julho de 2022 às 07:58
Beyoncé
Beyoncé Reuters

Seis anos depois de ter lançado o seu último trabalho em nome próprio (o incontornávelLemonade), Beyoncé está de volta com um disco de dança:RENAISSANCE.

O primeiro single lançado para o disco, "Break My Soul", já tinha apontado para a direção na qual a cantora de "Crazy in Love" pretendia seguir com este álbum, com uma batida demarcadamente disco, baseada na canção "Show me Love" de Robin S., mas mais do que uma coletânea de canções inspiradas nos temas que incendiavam as discotecas de Nova Iorque no final dos anos 70 do século passado (há inclusive citações a "I Feel Love" de Donna Summer), Renaissance é uma homenagem a dezenas de estilos de dança, dohouseà música de Jersey, passando pelodancehalle pelofunk.

A lista de colaborações é extensa e de luxo, com nomes como Grace Jones, BEAM e Nile Rogers (Chic) entre as colaborações, além de ter como produtores os Neptunes (de Pharrell Williams) , Skrillex ou Raphael Saadiq, bem como No I.D.

Um dia depois de ROSALÍA ter lançado a canção "DESPECHÁ" que promete ser um dos hinos das discotecas deste verão, RENAISSANCE pode vir a prejudicar a possibilidade da cantora espanhola ter o grande êxito do verão de 2022.

Como nota aPitchfork, neste disco, Beyoncé volta a encher as faixas com rap, talvez mais do que em qualquer outro álbum da sua carreira. "Church Girl" é um dos melhores exemplos desta vontade de rappar mostrado por Queen Bey que volta também a preencher o disco com inuendos sexuais, ao mesmo tempo que faz citações a Maya Angelou e ao poema "Still I Rise" ("I got diamonds beneath my thighs"), bem como a outros ícones da cultura negra equeer.

No vídeo que acompanha o lançamento do disco (estreado esta sexta-feira de manhã) e que aponta para um novo disco visual (à semelhança deBeyoncé, de 2013, eLemonade, de 2016), este disco é de novo referido como "Acto I", o que pode implicar que a artista está mesmo interessada em fazer uma trilogia, como anteriormente noticiado.

A carregar o vídeo ...

No livrete que acompanha o CD, Beyoncé dedica o disco ao seu tio Johnny que em 2019 descreveu como "o homem gay mais fabuloso que conheceu na vida". "A primeira pessoa a expôr-me a muita da música e cultura que serviram de inspiração a este disco".

"A minha intenção foi criar um lugar seguro, um lugar onde ninguém julgue ninguém. Um lugar onde possamos gritar e libertar-nos, liberdade a sério. Foi uma viagem exploratória maravilhosa", explicou a cantora. E onde é que há mais liberdade do que numa sala escura onde a música e a dança são rainhas?

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