Mais uma edição dos Grammy que fica para a história.Beyoncé tornou-se a artista mais premiada de sempree Kim Petras a primeira mulher trans assumida a vencer um gramofone de ouro. A artista alemã subiu ao palco com Sam Smith para receberem o prémio de Melhor Dueto Pop/ Performance de Grupo, pela músicaUnholy.
No seu discurso, Kim Petras, de 30 anos, agradeceu à sua mãe, ao seu ídolo Madonna e "a todas as incríveis lendas transgénero antes de mim que abriram estas portas para que estivesse aqui esta noite. Com um agradecimento especial à amiga e produtora Sophie, que morreu em 2021. E claro, Sam Smith, que se assumiu não-binário, também teve direito a um agradecimento especial: "Este é um grande momento para mim, Sam. Obrigada. És um verdadeiro anjo na minha vida. Amo-te".
Antes de Kim, a produtora Wendy Carlos já tinha vencido três Grammy, em 1970, pelo seu trabalho com sintetizadores. Porém a artista norte-america só viria a assumir publicamente ser trans, no final da década de 70.
Com mais de uma década de carreira, Kim Petras associou-se a Sam Smith há quatro anos, depois de ter recebido uma mensagem delu no Instagram. "Há anos que andamos a enviar canções um ao outro, mas não era ainda o momento ideal. Sempre pensámos 'quando cantarmos juntos, tem de ser icónico, e precisa de fazer sentido para ambos'; somos os dois grandes fãs de duetos a sério, tipo Sonny & Cher. Esta canção apareceu e ambos dissemos 'yeah, é esta'", partilhou a artista na noite de ontem durante a entrega dos Grammy.
Unholy - Kim Petras e Sam Smith
Kim Petras cresceu "perto de uma autoestrada a duas horas de Colónia, na Alemanha". No seu discurso lembrou o facto de não ter amigos e se esconder no quarto a ouvir Madonna, "como se ela fosse minha amiga ou a única pessoa que me entendesse". Petras garantiu que nunca sonhou ter este tipo de sucesso quando era criança. A músicaravedos anos 1990 eram o seu conforto. Além disso, descreveu o remakedeLady Marmalade, por Christina Aguilera, noMoulin Rouge, com um "momento revelador para mim como criança".
Da inspiração de Kraftwerk, Rammstein, Cher, Boy George, George Michael, Pink, Mya, e Lil’ Kim, seguiu-se um percurso onde foi granjeando uma base de fãs, especialmente em bares gay, como a própria admite, mas que lhe garantiram o Grammy na noite passada.