Tiago Rodrigues, dramaturgo, autor e ator português de 48 anos, foi renomeado como diretor do Festival d'Avignon, um dos mais importantes eventos de teatro da Europa, que decorre anualmente em Avignon, cidade no sul de França.
Em
julho de 2021 Tiago Rodrigues tornou-se o primeiro estrangeiro a dirigir o festival e agora foi confirmado que a 1 de setembro de 2026 vai iniciar o seu segundo mandato.
A renovação das funções por mais um mandato foi anunciada em nota oficial, na qual se lia que “Tiago Rodrigues pretende preservar a liberdade criativa dos artistas fortalecendo a influência internacional do festival (produção, distribuição, parceiras)” além de “dar continuidade às ações empreendidas em prol da acessibilidade e da diversificação de públicos”.
Ao mesmo tempo que lidera o festival, Tiago Rodrigues continua a escrever e a dirigir espetáculos. Nos últimos anos, foi autor de criações como
Hécuba, não Hécuba, interpretada por atores da companhia, Comédie-Française,
No Yogurt for the Dead e
La distance, com Adama Diop, atualmente ainda em digressão e ainda por apresentar em Portugal.
O português iniciou a sua carreira na companhia Tg STAN, sediada em Antuérpia e depois de regressar a Portugal, em 2003, foi cofundador da companhia Mundo Perfeito antes de assumir o Teatro Nacional Dona Maria II, entre 2015 e 2021.
No início deste ano, aquando da estreia de Hécuba, não Hécuba em Portugal, Tiago Rodrigues apontava: "Aguardo com curiosidade o balanço do Conselho de Administração e de todos os parceiros públicos do festival em relação à renovação ou não do meu mandato, enquanto preparo a edição de 2025 e a de 2026, que será a última deste mandato."
Por essa altura, o dramaturgo e encenador português descrevia a direção do Festival d'Avignon como uma "aventura maravilhosa, de grande exigência e enorme responsabilidade" e recordava que, nos dias em que acontece, o festival mobiliza "uma equipa 750 trabalhadores completamente apaixonados pelo festival, pelo teatro e pela história" de um evento "que defende a descentralização, a democratização cultural e o acesso a uma criação exigente que nos desafia, surpreende e inova, e que às vezes nos perturba".
Tiago Rodrigues congratulava-se também, na altura, pelos "números recorde" de espectadores do festival nos dois anos anteriores (2023 e 2024), "os mais altos do século XXI", e manifestava o desejo de ter "em breve, o português como língua convidada" de uma edição próxima. Sobre o seu trabalho na direção artística do evento, referia ainda: "Foram dois anos de muitas mudanças, muita abertura, muitas novas tentativas e de uma grande diversidade estética mas também social e cultural, que o festival tem de propor aos públicos. O ano passado, um terço do público de Avignon tinha menos de 30 anos. Deixa-me satisfeito essa renovação e esse alargamento de públicos que também procuramos."
Nota: Texto atualizado às 9h34 do dia 10/1/2025