Foi preciso esperar 30 anos para ouvir João Cabrita a solo. Ou melhor, para ser Cabrita a comandar as operações e a trazer os amigos que foi reunindo desde os tempos dos Sitiados até aos mais recentes projetos com os Cais Sodré Funk Connection – ou às colaborações com The Legendary Tigerman e Dead Combo – para este seu álbum homónimo. O conjunto de dez temas, que dançam ao som do rock, do funk, da soul, do afro beat ou do blues, são um manifesto daquilo que o saxofonista de 47 anos acredita: apesar dos vários sotaques, a música é sempre uma. Assim, Cabrita – que conta com a colaboração de Tó Trips, Hélio Morais, Paulo Furtado, Gui (Xutos e Pontapés), Selma Uamusse, Sam The Kid, entre outros companheiros – é uma viagem que atravessa vários registos e que acaba numa mensagem de união e esperança: enquanto houver músicas para tocar, João Cabrita não vai parar.

“Sempre me cativou muito a parte da música que me faz eriçar os cabelos da nuca”

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