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A carta confidencial: Airbus só cedia os fundos a Neeleman, não à TAP

Bruno Faria Lopes
Bruno Faria Lopes 11 de setembro de 2024 às 23:00

Airbus clarificou numa carta marcada com selo de "confidencial" a David Neeleman - mostrada à Parpública em setembro de 2015 - que não faria a troca de encomendas dos aviões com a TAP, só com ele. E que o preço dos novos aviões pedidos era “justo”, como mostrariam as avaliações - Neeleman enviou três ao lado português.

A 15 de setembro de 2015 o administrador operacional da Airbus, a fornecedora dos novos aviões da TAP, enviou uma carta a David Neeleman, que estava prestes a tornar-se dono efetivo da maioria da companhia aérea portuguesa: a Airbus, lê-se no documento a que a SÁBADO teve acesso, só aceitava entregar uma quantidade “substancial de capital” a Neeleman para injetar na TAP por causa do plano estratégico do empresário norte-americano, não aceitando fazê-lo caso fosse a TAP isoladamente a propor o negócio da substituição da encomenda inicial dos Airbus A350 por outra de aviões diferentes. A Airbus notava, ainda, que os novos aviões encomendados estavam a ser vendidos a um “valor justo”, referindo as avaliações que Neeleman pedira para mostrar às autoridades que geriam o processo de privatização – ao todo foram três as avaliações enviadas para a Parpública, segundo documentos vistos pela SÁBADO.

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