Sanções: Afinal, Schauble não foi amigo de Portugal
A porta-voz da Comissão Europeia escusou-se avançar pormenores sobre a reunião de quarta-feira do colégio de comissários europeus, mas garantiu não ter havido contacto direto entre Jean-Claude Juncker e o ministro das Finanças alemão
Figura muito criticada pelas posições assumidas sobre Portugal, o ministro das Finanças, Wolfgang Schauble, surgiu como uma das figuras que teria pedido à Comissão Europeia para não sancionar Bruxelas. Porém, a Comissão Europeia desmentiu essa versão e garantiu, esta quinta-feira, não ter havido contacto directo entre Jean-Claude Juncker e Wolfgang Schauble.
"O presidente [da Comissão Europeia] Juncker não teve qualquer contacto com o ministro nos últimos dias", disse Mina Andreeva, porta-voz da Comissão, em resposta a questões sobre alegados contactos do ministro das Finanças para defender a não aplicação de qualquer multa aos países ibéricos devido a violação das metas orçamentais.
A porta-voz garantiu ainda que a regra comunitária de que não deve haver intervenção na tomada de decisão da Comissão se continua a aplicar, até porque os comissários assumiram o cargo sob o compromisso de não representarem os seus países.
Mina Andreeva recordou que a recomendação da Comissão segue agora para o conselho de ministros europeus das Finanças (Ecofin), "que representam os seus países".
O Ecofin pode adoptar, emendar ou rejeitar a recomendação feita pelos comissários, incluindo aumentar o valor da multa até 0,2% do Produto Interno Bruto, o que no caso de Portugal traduz cerca de 360 milhões de euros.
Na quarta-feira, a Comissão Europeia recomendou uma multa zero, adiou a decisão sobre o congelamento dos fundos estruturais e exigiu receber, a cada três meses, mais informação de Portugal.
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