Secções
Entrar

Produção de amêndoa em Portugal duplica numa década

08 de outubro de 2019 às 17:24

Desde 2010 que este fruto seco tem vindo a crescer. As novas plantações farão a produção nacional duplicar para 40 mil toneladas nos próximos dois a cinco anos.

A produção de amêndoa está prestes a duplicar em Portugal com novas plantações na última década, nomeadamente em zonas sem tradição da cultura, como o Alentejo, revelou esta terça-feira o Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos. De acordo com os dados oficiais, desde 2010, que este fruto seco tem vindo a crescer e com as novas plantações que começarão a dar fruto dentro de dois ou três anos a produção nacional irá duplicar para 40 mil toneladas.

Ainda assim, tanto nesta como noutras produções de frutos secos o país ainda tem muito espaço para crescer e é essa perspetiva, assim como os progressos técnico-científicos, que vão estar em destaque no II Simpósio Nacional dos Frutos Secos, que decorre na quinta e na sexta-feira, em Mirandela, no distrito de Bragança. A iniciativa junta especialistas portugueses, espanhóis e italianos, e está aberta a técnicos e agricultores, como adiantou à Lusa Albino Bento, do Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos (CNCFS), que organiza o simpósio juntamente com a Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal (SCAP).

A apetência do mercado mundial pelos frutos secos e as condições naturais para a produção em Portugal têm despertado e renovado o interesse por algumas culturas que "estão em franco crescimento", com destaque para a amêndoa. "Assistimos a novas plantações e à reconversão de outras com crescimento forte no Alentejo, mas também nas Beiras e Ribatejo, que não tinham tradição nesta cultura, que estava em Trás-os-Montes e Algarve", indicou Albino Bento.

Segundo disse, há dez anos, no Alentejo existiam "entre 300 a 500 hectares de amendoal e agora são 10 mil hectares". Em Trás-os-Montes ocorreu "um crescimento de 10%" e, dentro de dois a três anos, a expectativa é o país estar com "o dobro da produção de amêndoa em casca", equivalente a perto de "40 mil toneladas".

A sub-fileira dos furtos secos que continua na dianteira em Portugal é a da castanha, com a produção concentrada essencialmente em Trás-os-Montes. Esta é, de acordo com Albino Bento, que é também investigador do Politécnico de Bragança, a única sub-fileira de frutos secos em que o país é autossuficiente e exportador líquido.

A produção direta vale cerca de 70 milhões de euros, um valor do qual a amêndoa se está a aproximar com a perspetiva de o aumento da produção equivaler a um movimento financeiro de cerca de 60 milhões de euros no produtor, segundo ainda os responsáveis. Ainda assim, Portugal está longe de ser autossuficiente na produção de amêndoa e continua a importar, com os Estados Unidos da América a dominarem 80% do mercado mundial.

Os portugueses começam agora também a apostar na produção de noz, com uma colheita anual de quatro mil toneladas, e ainda timidamente na avelã e no pistácio ou alfarroba. Os organizadores do simpósio esperam "uma presença forte de técnicos e agricultores" no evento que tem como finalidade "transferir conhecimento e tecnologia para os agricultores e empresas ligadas à comercialização e transformação". O primeiro simpósio do género decorreu há três anos em Ferreira do Alentejo.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela