Administrador destituído do Novo Banco alvo de buscas por suspeita de fraude fiscal
Entidade informa que já deu início a "uma investigação interna" e "apresentou uma denúncia junto do Ministério Público" sobre Carlos Brandão.
Estão a ser realizadas buscas relacionadas com o administrador destituído do Novo Banco Carlos Brandão. De acordo com a Procuradoria-Geral da República, "no âmbito de inquérito dirigido pela 4.ª Secção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estão a ser realizadas diligências de busca para identificação e apreensão de documentos e outros meios de prova de interesse para a descoberta da verdade".
"Em causa poderão estar, designadamente, factos suscetíveis de constituírem a prática de crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e falsificação por parte de um administrador do Novo Banco. Foram ordenadas/autorizadas, em concreto, quatro buscas domiciliárias, uma busca em estabelecimento bancário e sete buscas não domiciliárias", adianta a nota publicada online. "Foram constituídos dois arguidos."
Nas buscas participam um magistrado do Ministério Público, um magistrado judicial e vários elementos da UNCC da Polícia Judiciária.
O Conselho Geral e de Supervisão do Novo Banco aprovou esta terça-feira (7) a destituição do administrador Carlos Brandão do cargo de membro do Conselho de Administração Executivo e Chief Risk Officer, com "efeitos imediatos". A informação foi transmitida pela própria entidade, através de um comunicado, onde refere que em causa estão "operações financeiras suspeitas".
"Esta decisão foi tomada no seguimento da identificação, através de processos internos do Banco, de operações financeiras suspeitas realizadas na sua esfera pessoal, as quais deram origem a uma denúncia às autoridades", lê-se na nota.
O Novo Banco acrescenta ainda que as operações em causa "não têm qualquer impacto nos clientes, em contas ou operações de clientes". Ainda assim, informa que a entidade deu início a "uma investigação interna" e que já "apresentou uma denúncia junto do Ministério Público".
"De igual modo, o Banco reportou o assunto ao regulador e à autoridade de supervisão competente nesta matéria", acrescenta o comunicado.
Segundo o Novo Banco, "foram imediatamente adotadas todas as "medidas necessárias e adequadas à situação, com
vista à proteção do Banco e de todos os seus stakeholders, tendo o Banco agido em total coordenação e cooperação com as autoridades competentes".
Carlos Brandão entrou para o Novo Banco em julho de 2017 enquanto diretor coordenador da área de risco. Em agosto de 2022 foi promovido a administrador executivo do Conselho da Administração, segundo o jornal Eco. É licenciado em Economia e tem um mestrado em Gestão Comercial e Marketing.
Notícia atualizada às 14h48 com a informação prestada pela Procuradoria-Geral da República sobre as buscas.
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