Maria Luís no Parlamento à porta fechada
A ex-ministra das Finanças de Passos Coelho será ouvida esta quinta-feira por causa da sua contratação para administradora não executiva da Arrow Global
A deputada do PSD e antiga ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque vai ser ouvida, esta quinta-feira, na subcomissão de Ética da Comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias sobre a sua contratação para administradora não executiva da Arrow Global.
Esta quarta-feira, numa reunião à porta fechada da subcomissão, chegou a ser proposta a audição imediata da ex-ministra das Finanças mas, como a convocatória para a audiência foi efectuada apenas na noite de terça-feira, o PS sugeriu a realização da mesma para quinta-feira, sendo acompanhado pelo PCP, com posterior concordância dos restantes grupos parlamentares.
A ex-ministra das Finanças será ouvida às 13h30, numa audição à porta fechada, a fim de os diversos deputados terem o tempo considerado adequado para preparem os trabalhos.
A antiga governante, que manifestou a intenção de prestar esclarecimentos aos deputados, foi contratada pelo grupo britânico de gestão de créditos Arrow Global, gerando críticas de violação do estatuto dos deputados e do regime de incompatibilidades de titulares de altos cargos públicos devido às ligações do novo empregador ao agora privatizado Banif. Em Portugal, a Arrow Global gere uma carteira de crédito de 5,5 mil milhões de euros, tendo entre os clientes o já referido Banif e ainda os bancos Millennium BCP, Montepio, Santander ou Banco Popular, entre outros.
O grupo com sede em Londres trabalha com carteiras de clientes de vários negócios, desde bancos comerciais, operações de crédito ao consumo e empresas de telecomunicações. "Trabalhamos em conjunto com os clientes cujas dívidas adquirimos para encontrar planos de reembolso exequíveis, tendo em conta as circunstâncias individuais", explica o site oficial da Arrow Global.
Também na terça-feira tinha chegado ao Parlamento a documentação requerida por BE e PCP ao Governo sobre eventuais contratualizações directas entre o Estado português e aquele conglomerado britânico, durante o mandato de Albuquerque, atestando a sua inexistência.
Segundo o documento do gabinete do Ministério das Finanças, no total, foram concedidos 423.428,99 euros, entre 2011 e 2015, a duas das subsidiárias do Arrow Global: White Star Asset Solutions (404.228,88 euros) e Gesphone (19.200,11 euros), a título de "majoração à criação de emprego" e "crédito fiscal extraordinário ao investimento".
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