Secções
Entrar

Deco confirma aumento de queixas sobre fraudes com origem em desinformação

Lusa 26 de junho de 2025 às 09:58

Luís Pisco refere que nestes casos a intervenção da Deco é limitada, pois não se consegue recuperar os montantes perdidos.

A Deco tem recebido cada vez mais queixas de consumidores decorrentes de fraudes e burlas que tiveram na sua origem informação falsa, apresentada de forma a parecer verdadeira, afirmou hoje à Lusa o jurista da associação Luís Pisco.

"A Deco recebe cada vez mais queixas de consumidores decorrentes de fraudes e burlas que tiveram na sua origem informação falsa, mas que da forma como era apresentada parecia ser verdadeira", disse o jurista.

Luís Pisco refere que nestes casos a intervenção da Deco é limitada, pois não se consegue recuperar os montantes perdidos.

Neste sentido, a Deco tem apostado na formação e informação ao consumidor de qual deve ser a sua postura perante a proliferação de desinformação em ambiente digital, designadamente fornecendo conselhos úteis de como identificar notícias falsas, verificar conteúdo ou confirmar fontes.

"Torna-se cada vez mais difícil lidar com a desinformação, em particular quando a mesma assume a forma de áudio, vídeo ou imagens manipuladas com recurso a IA [Inteligência Artificial], pelo que é cada vez mais importante verificar os factos, identificar, não partilhar e denunciar os conteúdos que levantem suspeitas", afirmou Luís Pisco.

Além disso, "é preciso garantir que quem gera a desinformação é verdadeiramente sancionado e que as entidades competentes têm os meios e os instrumentos necessários para supervisionar e fiscalizar o ecossistema digital. Portugal tem de fazer mais neste aspeto", disse.

Sobre a matéria legislativa, o jurista refere que "ainda é demasiado cedo para se poder avaliar a real eficácia do DSA (Digital Service Act ou Regulamento dos Serviços Digitais, em português)", mas "é urgente aprovar em Portugal o diploma de execução deste regulamento, em particular quanto à fixação de regras em matéria de reforço efetivo dos poderes de supervisão e de aplicação de sanções pelas autoridades".

A associação considera ainda que a IA veio tornar mais difícil aos consumidores saber se estão, ou não, perante conteúdos falsos e enganosos, pelo que "a atual moldura normativa continua a ser insuficiente, no entender da Deco, para responder de forma eficaz aos desafios crescentes da desinformação amplificada por sistemas de IA".

"A regulação concentra-se, em grande parte, na classificação e mitigação dos riscos associados ao desenvolvimento e uso da tecnologia, mas ainda carece de mecanismos específicos para enfrentar o impacto real da IA na formação da opinião pública, especialmente quando utilizada para gerar, promover ou filtrar conteúdos ilegais", explicou o jurista.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela