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CGTP diz que direita "não tem moral" para falar sobre Autoeuropa

14 de dezembro de 2017 às 20:03

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje que a direita em Portugal não pode pronunciar-se sobre as negociações que decorrem na Autoeuropa, porque estão associados à pobreza laboral

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, afirmou hoje que a direita em Portugal "não tem moral, nem razão" para pronunciar-se sobre as negociações que decorrem na Autoeuropa, porque estão associados "à acentuação" da pobreza laboral.

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Foto: Rui Minderico/Lusa
Foto: LUSA
Foto: COFINA MEDIA E LUSA
Foto: Manuel de Almeida/Lusa

"A direita vai falando, mas vale o que vale e, neste momento, claramente, a direita não tem nem moral nem razão para se pronunciar sobre as questões laborais e sociais em Portugal, porque se houve alguém que está directamente associada à acentuação das desigualdades e da pobreza laboral são precisamente aqueles que hoje falam nessa perspectiva, que é o PSD e o CDS", disse.

Arménio Carlos, que falava à agência Lusa à margem do encontro nacional "Combater as Assimetrias Regionais - Pelo Progresso Social e a Coesão Territorial", em Portalegre, reagia desta forma ao apelo lançado, na quarta-feira, pelo CDS-PP ao Governo, para escolher "o interesse nacional" aos "interesses de PCP e BE" na questão da Autoeuropa, acusando-os de instrumentalizarem os sindicatos.

"Senhor ministro da Economia, esteja onde estiver, senhor ministro do trabalho, senhor primeiro-ministro, que sempre que há más notícias prefere estar longe e ao largo, - entre o interesse de Portugal e os interesses do PCP e do BE escolham sempre o interesse nacional", apelou o deputado centrista Pedro Mota Soares.

Perante estas declarações, o secretário-geral da CGTP sublinhou que a direita está a "subverter" a realidade e a "procurar manipular" a opinião pública.

"Quem determinou a rejeição de dois pré-acordos foram os trabalhadores em plenário. E tal como os trabalhadores da Autoeuropa, em anos anteriores, aprovaram acordos que toda a gente valorizou, respeitem também a vontade dos trabalhadores da Autoeuropa agora quando determinaram que não aceitavam aqueles acordos", explicou.

A CGTP defende que a administração da Autoeuropa deve sentar-se "rapidamente" à mesa com a Comissão de Trabalhadores e o sindicato, para que se "procure" encontrar uma solução.

"Nós também não aceitamos que a Autoeuropa, que se apresenta como paladina do diálogo social, não aceite a vontade dos trabalhadores que estão ao seu serviço e agora venha anunciar a imposição de determinadas regras unilateralmente, isso é um atentado ao diálogo social", defendeu.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa rejeitou na terça-feira a decisão da administração de avançar unilateralmente com novo horário de produção a partir de finais de Janeiro e convocou plenários para dia 20 de Dezembro.

A administração tinha comunicado a intenção de avançar unilateralmente, em finais de Janeiro, com um novo horário de produção de 17 turnos semanais, face à rejeição de dois pré-acordos negociados previamente com a CT.

Embora se trate de um acordo imposto unilateralmente, a administração da Autoeuropa promete pagar os sábados a 100%, equivalente ao pagamento como trabalho extraordinário, que era uma das principais reivindicações dos trabalhadores. Este pagamento dos sábados a 100% poderá ainda ser acrescido de mais 25%, caso sejam cumpridos os objectivos de produção trimestrais.

A CT reiterou que "este modelo de horário e as suas condições são mais desfavoráveis e contrariam a vontade expressa pela maioria dos trabalhadores".

O novo horário, que entrará em vigor em finais de Janeiro, deverá vigorar até ao mês de Agosto de 2018. A Autoeuropa promete discutir o período após Agosto com a CT.

Os novos horários de laboração contínua prevêem quatro fins de semana completos e mais um período de dois dias consecutivos de folga em cada dois meses para cada trabalhador.

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