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Caixabank não explica solução encontrada com Santoro

11 de abril de 2016 às 08:49

O banco catalão Caixabank notificou hoje o regulador do mercado accionista espanhol da conclusão das negociações sobre o BPI com os angolanos da Santoro Finance, mas não adiantou a solução acordada

Numa nota muito semelhante à que foi enviada no domingo pelo BPI, o CaixaBank informou que "os órgãos sociais competentes das entidades considerarão nos próximos dias os documentos contratuais e informarão o mercado quando forem aprovados e formalizados".

O banco catalão, detentor de 44,1% do BPI indica ainda "que se retomaram as negociações com a Santoro Finance para encontrar uma solução para a situação de concentração de risco do Banco BPI. As referidas negociações foram concluídas satisfatoriamente na data de ontem [domingo]."

Já hoje, o regulador da bolsa portuguesa suspendeu a negociação das acções do BPI, aguardando "informação relevante" do banco português, nomeadamente sobre a solução encontrada entre os seus dois accionistas.

O BPI anunciou no domingo que as negociações entre o CaixaBank e a Santoro Finance para encontrar uma solução para a "situação de incumprimento pelo banco BPI do limite de grandes riscos" tinham terminado "com sucesso".

Segundo um comunicado divulgado na página da Internet da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, "esta solução foi já comunicada ao Banco Central Europeu e ao Banco de Portugal e encontra-se vertida num conjunto de documentos contratuais que serão apresentados aos órgãos competentes nos próximos dias e que, tão logo sejam aprovados, serão comunicados ao mercado".

Desde há algumas semanas que o espanhol Caixabank, com 44,10% do capital social do Banco Português de Investimento (BPI), e aholding Santoro, da empresária angolana Isabel dos Santos, com 18,58%, estavam em negociações para desbloquear o impasse neste assunto, depois de várias soluções que falharam, devido a divergências entre as partes.

Os principais accionistas do BPI tinham até domingo para chegar a um acordo que cumprisse o prazo estipulado pelo Banco Central Europeu (BCE) para o banco reduzir o excesso de exposição a Angola. 

Este acordo era necessário uma vez que o BCE considera Angola como um dos países que não têm uma regulação e supervisão semelhante às existentes na União Europeia, pelo que o BPI tinha de ajustar a sua exposição naquele mercado.

A operação em Angola é a jóia da coroa do BPI: em 2015, mais de 50% do lucro do banco veio do país africano, ou seja, 135,7 milhões de euros de um total de 236,4 milhões.

Se não houvesse acordo até hoje, o BPI seria multado pelo BCE, pagando coimas diárias, até que chegasse a uma solução que cumprisse as exigências do banco central.

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