Secções
Entrar

Ultra-maratonista quer correr Timor de costa a costa. São 110 km num dia

15 de novembro de 2017 às 11:27

Corredor há 10 anos, Cunliffe já correu uma prova de 102 quilómetros. Agora espera conseguir ultrapassar as dificuldades climáticas e bater o seu recorde pessoal.

O ultra-maratonista inglês Scott Cunliffe quer tornar-se no fim-de-semana o primeiro atleta a correr os cerca de 110 quilómetros entre a costa norte e a costa sul de Timor-Leste incluindo a subida aos 3 mil metros do Monte Ramelau. "É um grande desafio em si mas com ele quero também chamar turistas de aventura a Timor, corredores, escaladores, ou amantes de natureza, pessoas interessadas em turismo cultural ou histórico", explicou à Lusa em Díli. 

1 de 5
Scott Cunliffe
Foto: Facebook
Scott Cunliffe
Foto: Facebook
Timor
Foto: Tim Page/Corbis via Getty Images
Timor
Foto: ADEK BERRY/AFP/Getty Images
Timor
Foto: Planet Observer/Universal Images Group via Getty Images

 A viagem deverá começar às 00h00 de domingo na costa sul, o Tasi Mane (Mar Homem), a sul da vila de Cassa, e terminar cerca das 15h00 na capital timorense, Díli, cidade banhada pelo Tasi Feto (Mar Mulher).

 Corredor há 10 anos - e com dois anos de experiência em grandes corridas - Cunliffe já correu uma prova de 102 quilómetros, distância que será ultrapassada em Timor-Leste onde aos desafios se soma "o clima, a temperatura elevada". "Manter o corpo numa temperatura adequada é essencial. Conseguir controlar a hidratação e a nutrição é importante. Vou ter um carro de apoio comigo com água fresca e gelo. Mas se estiver mais húmido será melhor", afirmou,

 "O objectivo é fazer a corrida entre 15 e 17 horas. Espero poder chegar a Díli cerca das 15 de domingo. Este tempo inclui pequenas paragens para comer qualquer coisa, trocar de sapatos", explicou.

Cunliffe, que esteve como observador no referendo de independência de Timor-Leste em 1999 - depois trabalhou no país novamente entre 2003 e 2008 - está actualmente a viajar por vários países onde dá formação em ultramaratonas e provas de corrida de largas distâncias.

"Correr uma ultra-maratona é muito duro. Ao ritmo de uma maratona só muito poucos o conseguem fazer. Mas mesmo mais lentamente, a partir aí dos 60 ou 70 torna-se muito difícil", explicou.

 "O principal é uma questão mental, manter uma atitude positiva. Temos que praticar, acumular quilómetros para nos prepararmos. Este ano já fiz várias grandes corridas. O teu corpo começa a ganhar força e capacidade", explicou.

 Apesar disso, recorda, um atleta que faça uma prova deste tipo "está sempre susceptível a situações ou a pequenas coisas". "Uma pedra no sapato, se não a tirares logo, pode tornar-se um problema grave mais tarde. Mas é tudo uma questão mental. Meditas, de vez em quanto fazes um mantra. Às vezes meto música", contou.

 "A parte de estar sozinho não me incomoda. Esta é uma prática egoísta. Eu gosto da solidão. Gostamos do espaço mental. Tento focar-me no momento o máximo possível. Foco-me na respiração, em ficar calmo", acrescentou.

 Depois é tudo uma questão de táctica e também de sorte. A primeira vez que tentou escalar o Monte Ramelau pelo sul perdeu-se. Ia sem guia e quando deu conta estava à beira de um precipício.

 Agora espera ter guia para subir, pelo sul, à montanha mais alta de Timor-Leste. E depois descer, em corrida, até Díli.

 

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela