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Euro2020: Reino Unido dá "luz verde" a Wembley com mais de 65 mil pessoas na final

Diogo Camilo 22 de junho de 2021 às 16:48

País tem uma incidência acima do limite de 120 casos por 100 mil habitantes, mas no meio de rumores de mudança do estádio da final, o governo britânico autorizou o aumento da lotação do estádio de Londres para 75% da capacidade máxima.

Após críticas de outros países e rumores de que a UEFA prepara-se para mudar o local das meias finais e final do Euro2020, o Governo britânico permitiu esta terça-feira a presença de mais de 65 mil espetadores no Estádio de Wembley, em Londres, para os últimos três jogos da competição, que se disputa em 11 cidades de 11 países diferentes.

Reuters

A autorização surge numa altura em que o país regista uma incidência do vírus superior ao limite de 120 casos por 100 mil habitantes, um dos poucos países na Europa em que o número de infeções está a aumentar devido, sobretudo, à variante Delta, associada à Índia.

Até agora, Wembley já recebeu dois jogos da fase de grupos, ambos da seleção inglesa - o Inglaterra-Croácia e o Inglaterra-Escócia - e recebe esta terça-feira o seu terceiro jogo: o Inglaterra-República Checa, que encerra o Grupo D do Euro 2020.

Além destes, o estádio de Londres tem ainda previsto receber dois jogos dos oitavos de final, as duas meias-finais e a final da competição, a 11 de julho.

Para os primeiros três jogos, o Governo britânico autorizou um limite de até 22.500 espetadores, aumentando o limite para até cerca de 40 mil pessoas para os dois jogos dos oitavos de final a realizarem-se em Wembley, que recebeu agora a "luz verde" para ter 75% da sua capacidade máxima de 90 mil espetadores.

Tal significa que, para as duas meias finais e final do Euro2020, Wembley poderá receber até 67.500 pessoas, uma capacidade maior do que a do Puskas Arena, em Budapeste, na Hungria, o único estádio deste Campeonato Europeu de futebol onde está autorizada a lotação máxima.

Para entrar no estádio, os adeptos com bilhete devem ter também um teste negativo à covid-19 ou certificado de que completaram a vacinação 14 dias antes do jogo.

O anúncio surge um dia depois do primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, ter revelado que estava contra a realização da final do Euro2020 no estádio de Wembley, devido ao aumento significativo dos casos de covid-19 provocados pela variante Delta em Inglaterra.

No último fim de semana, o jornal britânico The Times avançou que a UEFA tinha ameaçado retirar a final do Euro2020 de Wembley devido às restrições impostas pelo governo britânico, como a necessidade de quarentena a cerca de 2.500 convidados do organismo máximo do futebol na Europa, condição que já tinha levado o Estádio do Dragão, no Porto, a organizar a final da Liga dos Campeões, no final de maio.

A alternativa seria Budapeste, que recebeu já dois jogos da fase de grupos com capacidade máxima, devido ao alto ritmo de vacinação do país e ao baixo número de casos confirmados.

Nesse mesmo sábado, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, reafirmou que a sua prioridade era a "saúde pública", mais do que manter Londres como palco das meias-finais, a 6 e 7 de julho, e final, em 11 de julho.

"Faremos tudo o que devemos fazer para proteger o país da [pandemia de] covid-19. É, evidentemente, a nossa prioridade. Vamos falar com a UEFA e ver o que eles querem e ver se podemos fazer adaptações, mas a saúde pública continua a ser a prioridade", comentou então Boris Johnson.

Nos últimos 14 dias, o Reino Unido confirmou sempre mais de 6 mil novos casos por dia, para um total de mais de 150 mil novos casos desde o início de junho.

Agora, com o anúncio do aumento de capacidade dos jogos, o governo britânico lembrou que estes serão "a maior concentração de pessoas num evento desportivo no Reino Unido em 15 meses", desde o início da pandemia da covid-19.

A possibilidade de mais público nas meias-finais e final levaram o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin, a dizer que está "grato ao primeiro-ministro e ao governo britânico pelo trabalho árduo" em finalizar os acordos com o organismo do futebol.

Com Lusa

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