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Doenças sexualmente transmissíveis afectam mais de 2% da população

31 de outubro de 2017 às 07:43
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O inquérito contou com a participação de 4.866 pessoas e vem actualizar o último estudo, relativo a 2001-2002.

Cerca de 2,7% da população portuguesa com 18 ou mais anos está infectada por'chlamydia trachomatis' e 2,4% tem sífilis, doenças sexualmente transmissíveis analisadas pela primeira vez no novo Inquérito Serológico Nacional (ISN), que será esta terça-feira apresentado.

Os dados constam do ISN 2015-2016, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) e que, pela primeira vez, incluiu o estudo da prevalência de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).

O inquérito contou com a participação de 4.866 pessoas e vem actualizar o último estudo, relativo a 2001-2002.

O ISN 2015-16 apurou uma prevalência de 2,7% para a 'chlamydia trachomatis' (vulgarmente conhecida como clamídia), o que "está em consonância com as estimativas europeias de prevalência para a faixa etária avaliada neste estudo (18 a 35 anos)", segundo os autores.

A seroprevalência para a bactéria'treponema pallidum', que causa a sífilis, foi de 2,4%.

Em relação a esta IST, o inquérito observou "valores mais elevados nas idades mais avançadas, que poderão ser explicados pela elevada incidência da sífilis em Portugal nas décadas de 60 e 70 do século passado".

Para a infecção por VIH e VHC (hepatite C) foram apuradas prevalências de 0,1% e 0,3%, respectivamente.

Segundo os autores, "os valores apurados corresponderão presumivelmente à prevalência de infecções não diagnosticadas na população residente em Portugal, uma vez que os critérios aplicados na selecção dos participantes do ISN excluíam os indivíduos com doença causadora de imunodeficiência e com doença hepática crónica".

Ainda assim, estes valores revelam-se "consistentes com resultados de outros estudos nacionais".

Editorial

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