Sábado – Pense por si

A mulher que criou a app feminista

SÁBADO
SÁBADO 25 de setembro de 2018 às 09:21

Aos 29 anos, Whitney Wolfe dirige um negócio de milhões e incita as mulheres, através da Bumble, a fazer o que não se espera delas: que tomem a iniciativa quando se interessam sexualmente por um homem.

A sessão fotográfica de Whitney Wolfe [Salk Lake City, EUA, 1989] dura já há dez minutos, quando surge um problema. A fotógrafa quer imagens dela reclinada num sofá, mas Wolfe não está de acordo. "É demasiado sexy. Quero que isto seja levado a sério", contesta. "Fotografava um CEO homem deitado num sofá enquanto era entrevistado acerca dos seus negócios?" Não deixa de ter razão, mas a sua atitude é também indicativa de algo mais profundo. Wolfe, de 29 anos, iniciou a sua atividade profissional na área da tecnologia há cinco anos, quando foi contratada por uma incubadora de Los Angeles para desenvolver ideias para start-ups. Um dos projetos em que participou foi o lançamento da Tinder, a aplicação de relacionamentos, acabando por assumir a função de vice-presidente de marketing. Iniciou também uma relação amorosa com Justin Mateen, um dos cofundadores. Em 2014, à medida que a popularidade da aplicação disparou (atualmente tem cerca de 50 milhões de utilizadores), a situação tornou-se problemática para Wolfe, tanto a nível profissional como pessoal. O relacionamento foi publicitado e ela perdeu o emprego, levando a Tinder a tribunal por assédio sexual e discriminação (Whitney alegou que tinha sido destituída do título de cofundadora). A ação foi resolvida fora dos tribunais, sem que alguma das partes admitisse qualquer culpa. Alguns viram Wolfe como um ícone feminista – o rosto público de uma longa batalha pela igualdade das mulheres, em Silicon Valley – mas, inevitavelmente, nos grupinhos de maledicentes da Internet foi acusada de ser uma ‘caça-fortunas’.

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