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Vai ser possível aceder à Internet em alto mar

13 de janeiro de 2016 às 17:45

Investigadores portugueses e noruegueses estão a desenvolver um projecto que visa tornar possível aceder à Internet no alto mar, em banda larga e com baixo custo, através de tecnologia wi-fi e 4G

Investigadores portugueses e noruegueses estão a desenvolver um projecto que visa tornar possível aceder à Internet no alto mar, em banda larga e com baixo custo, através de tecnologia wi-fi e 4G, foi hoje anunciado.

De acordo com um comunicado do Instituto de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), o projecto "BLUECOM+" visa "facilitar actividades como a exploração de recursos minerais no fundo oceânico, monitorização ambiental ou actividades mais tradicionais como a pesca ou o transporte marítimo, que exigem cada vez mais o acesso a comunicações no mar, de modo a ligar pessoas e sistemas à Internet".

Este projecto, que envolve o INESC TEC, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e a MARLO AS (parceiro norueguês) "baseia-se na utilização de balões de hélio ancorados por exemplo em bóias, embarcações ou parques eólicos, que formam uma rede voadora e malhada de banda larga a operar nas bandas de frequência libertadas pela televisão analógica, de modo a garantir ligações rádio de longo alcance".

O coordenador do projecto, Rui Campos, investigador do INESC TEC, afirma que "a grande novidade" do BLUECOM+ assenta na "exploração em ambiente marítimo das bandas de frequência libertadas pela televisão analógica, a utilização de combinações de balão de hélio e papagaio que funcionam como pontos de acesso sem fios e repetidores de sinal de elevada altitude, com benefícios para a propagação rádio e consequentemente para o alcance das comunicações e o acesso à Internet em banda larga em zonas remotas do oceano usando tecnologias normalizadas".

"A conjugação destas três componentes vai permitir, por exemplo, que um utilizador numa embarcação a 100 quilómetros da costa possa aceder à Internet de banda larga usando o seusmartphone, sem ter que fazer qualquer actualização de hardware ou software no seu dispositivo", referiu Rui Campos.

O investigador acrescenta que esta "é uma novidade à escala mundial e uma alternativa às comunicações via satélite, que são hoje a única solução disponível".

O projeto terminará em Dezembro, tendo como "objectivo último" a construção de "um protótipo da solução de comunicações sem fios" e a sua demonstração, já no verão, em ambiente marítimo, "recorrendo a duas embarcações do IPMA que vão funcionar como pontos de ancoragem dos balões de hélio e papagaio".

O "BLUECOM+" é um projecto financiado pela EEA Grants e Norways Grants.

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