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Plásticos são predadores dos oceanos

12 de abril de 2016 às 08:36

Garrafas, sacos ou tampas, os plásticos são "os principais predadores dos oceanos", afirmou hoje a organização Surfrider, que publica um relatório sobre poluição

Com a ajuda de centenas de voluntários, a organização não-governamental levou a cabo em 2015 o primeiro censo de resíduos que poluem as praias, a orla costeira e os fundos marinhos, no âmbito de uma iniciativa que visa recolher e analisar os dados à escala europeia.

"Todos os dias, oito milhões de toneladas de lixo acabam no oceano. 80% da poluição que afecta os nossos mares é de origem terrestre e resulta da actividade humana, com repercussões terríveis na biodiversidade e na globalidade do nosso ambiente", sublinha o presidente da Surfrider Foundation Europe, Gilles Asenjo, em comunicado.

O plástico constitui "mais de 80%" do lixo na maior parte dos cinco locais analisados, observou a organização.

Na praia de Burumendi, em Mutriku (Espanha), por exemplo, 96,6% dos resíduos recolhidos são de plástico e de poliestireno, os quais representam 94,5% dos 10 884 resíduos recolhidos na praia de La Barre, em Anglet, nos Pirenéus atlânticos.

O plástico e o poliestireno também foram encontrados em massa na praia de Porsmilin, em Locmaria-Plouzané, em Finisterra (Espanha), com um peso de 83,3% do total de 2.945 resíduos recolhidos no decorrer das suas quatro campanhas de levantamento de materiais.

Na praia de Murguita em San Sebastian (Espanha), por outro lado, o plástico e o poliestireno representaram 61% dos materiais recolhidos, dos quais 18% são vidro.

O vidro predomina, aliás, na praia de Inpernupe, em Zumaia (Espanha), representando quase metade (47,9%), contra o peso de 29,1% do plásticos e poliestireno.

Além dos materiais de plástico, os voluntários recolheram, nos diferentes locais, cordas, redes, cigarros, embalagens de alimentos, tampas, cápsulas, garrafas de vidro e até mesmo "resíduos sanitários".

Para cada local, a Surfrider compilou uma lista dos principais resíduos recolhidos.

"Nesta altura, são as primeiras indicações que nos dão uma percepção geral das estatísticas europeias", sublinhou Asenjo, apontando que, da Grã-Bretanha ao País Basco, os resíduos plásticos são claramente os principais predadores do oceano", porque "levam centenas de anos a desaparecer" ao contrário de outros materiais como a madeira ou o cartão.

"E quando eles não estão aos nossos pés na praia, estão a ser ingeridos pelos animais marinhos, que sufocam, já para não falar das substâncias tóxicas que libertam, e nas quais nos banhamos, e da sua possível integração no seio da cadeia alimentar", acrescentou.

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