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Investigadores alertam para possível falha dos GPS científicos

04 de abril de 2019 às 22:49

No dia 6 de abril os Sistemas de Posicionamento Global podem sofrer uma falha que provoca "registos incorretos" e que só acontece a cada 19 anos.

Investigadores alertam que no dia 6 de abril os Sistemas de Posicionamento Global (GPS) usados em várias áreas de investigação podem sofrer uma falha que provoca "registos incorretos", recomendando a atualização dos dispositivos.

A falha, conhecida como "Week Number Rollover", acontece a cada 19 anos e afeta os dispositivos de GPS quando o sistema interno de navegação atinge a semana 1024, limite que, segundo um artigo publicado na revista científica Nature, se repete pela "segunda vez" à 00:00 do dia 06 de abril, quando o número da semana transmitida pelos satélites é "convertido para zero".

"O 'bug' provavelmente vai afetar os dispositivos de GPS mais antigos ou aqueles que não fizeram atualizações recentes do 'firmware' ('software' programado na memória do aparelho)", frisa o artigo, adiantando que "os GPS vulneráveis não vão necessariamente deixar de funcionar à meia-noite (...) alguns podem falhar nas próximas semanas, meses ou anos" dependendo da forma como estão configurados.

Por sua vez, a maior parte dos dispositivos do consumidor são imunes, uma vez que a falha não afeta a precisão do posicionamento, e muitos dos novos aparelhos foram desenvolvidos para "lidar com este problema".

Tendo em conta que a "Week Number Rollover" afeta "muitos instrumentos científicos" que usam o GPS para permanecer em sincronização, tais como sismógrafos, matrizes globais de instrumentos e radiotelescópios, os fabricantes destes dispositivos criaram já páginas na internet que permitem aos utilizadores verificar se o dispositivo que possuem é vulnerável.

"Os usuários podem verificar se os seus modelos são vulneráveis e fazer o 'download' de atualizações do 'software' para proteger os seus instrumentos ou comprarem modelos mais recentes", afirma o artigo, adiantando que os instrumentos que dependem do sistema russo GLONASS, da rede europeia Galileo ou do sistema chines Beidu "não vão ser afetados pela falha".

Vários os cientistas, desde sismólogos a físicos, já começaram a verificar a vulnerabilidade dos seus instrumentos e a atualizá-los para "antecipar o problema", como é o caso dos investigadores do Centro Alemão de Pesquisas em Geociências (GFZ) que já arranjaram 13 dos 22 dispositivos que têm espalhados pelos Alpes, prevendo a substituição ou atualização de centenas de GPS que "deverão ser afetados antes do final de 2022".

A última "Week Number Rollover" aconteceu em 1999, falha que afetou alguns dos "melhores aparelhos, mas vários de baixo custo salvaram o dia", conclui o artigo.

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