Secções
Entrar

Governo português desaconselha "viagens não essenciais" à China

26 de janeiro de 2020 às 19:15

Governo pede precauções até que a situação atual seja revista pelas autoridades chinesas. Mais de duas mil pessoas foram dadas como infetadas por todo o mundo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português desaconselhou hoje "viagens não essenciais" à China, devido ao novo coronavírus, justificando o alerta pelos eventuais riscos de saúde e pelas presentes limitações na circulação dentro do país.

Referindo que as autoridades de saúde chinesas e a Organização Mundial da Saúde confirmaram a ocorrência de um grave surto de pneumonia, causada por um novo coronavírus (2019-nCoV.), com epicentro na cidade chinesa de Wuhan, o Governo português lançou o aviso para que se evitem, "neste momento, e até que a situação atual seja revista pelas autoridades chinesas, viagens não essenciais à China".

"Não apenas pelos eventuais riscos de saúde, mas também pelas presentes limitações na circulação dentro do país", apontou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), no aviso publicado hoje no Portal das Comunidades Portuguesas, recomendando "atenção permanente ao constante evoluir da situação", bem como às informações divulgadas nos portais da Direção-Geral da Saúde, do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e da Organização Mundial da Saúde.

Além disso, os viajantes devem efetuar o registo das suas viagens na aplicação Registo Viajante.

Saiba o que é o coronavírus e quais são os sintomas

Como começou? Terá começado num mercado de peixe de Wuhan, na China. Mas a fonte de transmissão não foram os peixes mas os animais vivos que também existem neste mercado, como aves ou um animal chamado civeta. "Todos os casos confirmados têm uma ligação epidemiológica ao mercado", explica o pneumologista.


"Aos residentes, recomenda-se que, caso não o tenham ainda feito, procedam à sua inscrição consular ou à respetiva atualização junto do posto com jurisdição sobre a área de residência", indicou o MNE.

O novo coronavírus foi detetado na cidade chinesa de Wuhan (centro) no final de 2019, e já provocou a morte de 56 pessoas na China.

Mais de duas mil pessoas foram dadas como infetadas, a maioria no território continental da China, mas há também casos confirmados em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, França, Austrália e Canadá.

Em Portugal, não se confirmou a infeção de um homem que apresentava suspeitas e que foi hospitalizado no sábado, em Lisboa, depois de ter regressado de Wuhan.

O ministro da Saúde chinês, Ma Xiaowei, alertou hoje que os infetados podem transmitir a doença durante o período de incubação, que demora entre um dia e duas semanas.

Durante aquele período, os infetados não revelam sintomas, o que anula o efeito das medidas de rastreio, como medição de temperatura nos aeroportos ou estações de comboio.

Os sintomas incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias.

Neste âmbito, o Governo chinês emitiu um comunicado aos operadores turísticos do país a requerer a suspensão de pacotes de viagens de grupo em toda a China.

Em Pequim, os locais turísticos, os recintos culturais e as salas de espetáculo foram encerradas preventivamente.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela