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Este gorro com Inteligência Artificial serve para diagnosticar Alzheimer

Luana Augusto 09 de setembro de 2024 às 07:00

Sistema foi desenvolvido por uma empresa eslovena. Em apenas 30 minutos é capaz de identificar diferentes tipos de demências neurodegenerativas.

Trinta minutos é o suficiente para se descobrir se as distrações ou as mudanças de humor de um idoso são apenas sinais da idade ou resultantes do início de uma demência. Como? Através de um simples gorro que incorpora Inteligência Artificial (IA).

BrainTrip Limited/Youtube

Lançado pela empresa eslovena BrainTrip, este objeto contém sensores capazes de detetar a atividade elétrica superficial do cérebro, comummente conhecida como ondas cerebrais. Quando colocado no paciente, o gorro é capaz de identificar sinais de Alzheimer ou de uma doença neurodegenerativa vascular ou frontotemporal nos estágios iniciais, detalha o jornal espanhol El Mundo

Os dados analisados pela Inteligência Artificial resultam no teste BDI, que "mede os efeitos cognitivos da degeneração neurológica, o que significa que é útil para diferentes tipos de demências neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, demência temporal frontal, demência vascular, e por aí em diante", esclareceu o cofundador da BrainTrip, Jurij Dreo, através de um vídeo publicado no YouTube.

O resultado final é apresentado por pontos, que vão dos 0 aos 100. "A IA é usada como ferramenta de agregação de dados, processando valores de biomarcadores e produzindo uma avaliação resumida. Este resumo é um único número, variando de 0 a 100 pontos, denominado de Índice de Demência BrainTrip", acrescenta o investigador.

O exame termina ao fim de 30 minutos, sendo que 5 a 10 minutos deste tempo são reservados para a apresentação dos resultados. Segundo informa o site da empresa, este sistema já conseguiu alcançar uma taxa de precisão de 92%, uma taxa de especificidade de 93% e de sensibilidade de 83%. Foi estudado em 400 participantes.

https://youtu.be/-oAUpSEY0Xs?si=w_phEGuX66cpMgvs

De acordo com o El Mundo, o objetivo é detetar o mais cedo possível sinais de demência, de forma a atuar rapidamente contra a doença. O teste acaba por usar meios de confirmação de diagnóstico em rastreios feitos cedo. 

Estima-se que em Portugal existam cerca de 150 mil casos de Alzheimer, segundo dados da Associação Alzheimer Portugal. Em Espanha existem cerca de 800 mil pessoas que sofrem desta doença. Em todo o mundo contam-se 55 milhões de pessoas com demência.

Na União Europeia, o tempo médio entre a deteção dos primeiros sintomas e o diagnóstico pode levar até 2,1 anos, indicam dados da Sociedade Espanhola de Neurologia (SEN).

Devido ao envelhecimento da população, acredita-se que a incidência desta doença irá continuar a aumentar. Em 2050 estima-se que mais de 155 milhões de pessoas em todo o mundo sofram desta patologia, revelam previsões da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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