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Covid-19: Faculdade de Medicina do Porto estuda lesão cardíaca associada à doença

29 de abril de 2020 às 10:48

Nos casos mais graves, a lesão de tecido cardíaco é frequente. Investigadores querem descobrir novas maneiras de combater a pandemia.

A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) anunciou hoje que está a desenvolver um projeto que visa esclarecer de que forma é que o novocoronavírusinfluencia a função cardíaca nos casos mais graves da doença.

Para obter novas respostas no combate à pandemia, os investigadores e docentes da Faculdade de Medicina da U.Porto irão estudar e acompanhar um grupo de doentes internados na Unidade de Cuidados Intensivos do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) por um período aproximado de três meses.

"Queremos perceber se o vírus infeta o tecido cardíaco e como é que o coração é atingido pela ativação inflamatória sistémica exagerada", explica o investigador Francisco Vasques-Nóvoa.

Além da resposta a estas duas questões, o grupo de investigadores espera também identificar quais os fatores de suscetibilidade que contribuem para o desenvolvimento da disfunção cardíaca em resposta à covid-19.

Segundo o coordenador do projeto, Roberto Roncon de Albuquerque, a lesão de tecido cardíaco é frequente em doentes infetados.

No entanto, "os mecanismos, a abordagem diagnóstica e um possível tratamento permanecem amplamente desconhecidos", sublinha, em comunicado.

Com um financiamento de 30 mil euros, este é um dos 66 projetos que será apoiado pela linha de apoio à investigação e desenvolvimento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), criada com o objetivo de melhorar a resposta do Serviço Nacional de Saúde no combate à pandemia.

A par da FMUP, o estudo "Myocardial Injury in COVID-19: a Prospective Clinical and Mechanistic Study" conta com a colaboração do CHUSJ, da Universidade de Maastricht (Países Baixos) e do Laboratório Europeu de Biologia Molecular.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 215 mil mortos e infetou mais de três milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Mais de 840 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 948 pessoas das 24.322 confirmadas como infetadas, e há 1.389 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

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