Pablo Neruda morreu envenenado. Sobrinho tem provas
Painel de peritos investigou a presença da bactéria que provoca o botulismo no corpo do poeta. Foi "injetada", aponta o sobrinho.
Pablo Neruda (1904-1973) morreu envenenado, de acordo com um conjunto de peritos que analisou o corpo.
Rodolfo Reyes, sobrinho do poeta chileno, afirma que os especialistas que analisaram a bactéria Clostridium botulinum, que foi encontrada no corpo em 2017, era de origem endógena - ou seja, foi "injetada como uma arma biológica", indica o jornalEl País.
"Posso dizê-lo porque conheço os relatórios. Digo-o eu, como advogado e sobrinho, com muita responsabilidade, porque a juíza ainda não o pode confirmar, porque ela tem que ter toda a informação", detalhou Rodolfo Reyes. "Isto era o que esperávamos, porque o painel de 2017 já tinha encontradoClostridium botulinum. Mas não se sabia se era endógeno ou exógeno, ou seja, se era interno ou externo. E agora comprovámos que era endógeno e que foi injetado ou colocado."
Pablo Neruda morreu em 1973, dez dias depois do golpe de Estado no Chile contra Salvador Allende. Foi divulgado que a causa da morte era o cancro da próstata de que padecia, até que o seu ex-motorista, Manuel Araya, defendeu que ele tinha sido envenenado.
Espera-se que os resultados das perícias sejam divulgados esta quarta-feira, após entrega à juíza.
Este é o terceiro painel de especialistas a decidir sobre esta matéria: em 2013, foi confirmado que a morte de Neruda se deveu ao cancro da próstata diagnosticado em 1969. Em 2017, um segundo grupo descobriu a bactéria num dente. E agora, um grupo de especialistas do Canadá, México, El Salvador, Dinamarca, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e Chile investigou a origem desta bactéria, que causa botulismo. Esta infeção tem uma taxa de mortalidade entre os 20 e os 50%.
Pablo Neruda recebeu o Nobel da Literatura em 1971. Era amigo de Salvador Allende, derrubado dias antes da sua morte por um golpe militar que levaria ao instaurar da ditadura de Pinochet, até 1990.
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