Leonor e Jaime são irmãos e lutam contra o cancro. A mãe só queria estar no lugar deles
Irmãos de cinco e oito anos foram diagnosticados com um tumor maligno. Tratamento nos EUA é “luz ao fundo do túnel”, mas custa quase um milhão de euros. Pais pedem ajuda.
Leonor tinha nove meses quando foi diagnosticada com um neuroblastoma, um tumor maligno que a fez crescer em hospitais. Quando Leonor fez cinco anos, o irmão Jaime, que tem oito, foi diagnosticado com a mesma doença. Agora, os pais destes irmãos de Gaia lutam para salvar os filhos e um tratamento nos Estados Unidos é "uma luz ao fundo do túnel", mas precisam de ajuda.
Ouvir, por duas vezes, que um filho tem cancro é o mundo desabar. "Ficamos sem chão, parece que nos estão a furar o estômago. É uma sensação de impotência, de querer estar no lugar deles para que eles não passem por isto", diz à SÁBADO Carla Oliveira.
Leonor foi diagnosticada com nove meses. Agora com cinco anos, já foi operada seis vezes. "Cresceu em hospitais", diz a mãe, ao explicar que durante quase três anos e meio a filha esteve sempre internada.
Mas Jaime só foi diagnosticado aos oito anos, em dezembro do ano passado. Ao filho, os pais ainda não conseguiram contar que tem cancro. Sabe que está doente, mas não sabe que tem a mesma doença da irmã. "A Leonor foi diagnosticada em bebé, nunca fez perguntas. Mas o Jaime já as faz e tem noção do que a irmã passou", conta a mãe. "Como ele tinha quistos nos rins, dissemos-lhe que ia ser operado no mesmo hospital onde já estava a ser seguido por causa da mutação que tem – que é a mesma mutação da Leonor. Dissemos que ia ser operado para tirar os quistos mas nunca chegámos a dizer que tem cancro. Ele tem muito medo e se lhe dissermos acho que vai ser muito mais complicado".
Com um tumor hereditário – "vem do pai, que se sente culpado sem ter que sentir" –, Leonor e Jaime foram operados no dia 4 de fevereiro para remoção dos tumores. "À Leonor conseguiram retirar o tumor todo, mas ao Jaime já não foi possível porque estava junto da coluna e dentro das vértebras. Retiraram o que foi possível", explica Carla Oliveira. Agora, aguardam pelo resultado das análises para saber o próximo passo a dar.
Mas a operação não os tira de perigo e a solução pode estar do outro lado do Atlântico. É um tratamento inovador, "com inibidores e uma vacina", disponível em Filadélfia, nos Estados Unidos. Sem protocolos, e portanto sem ajuda, os pais de Leonor e de Jaime precisam de cerca de um milhão de euros para conseguir levar os filhos ao hospital norte-americano.
Para lutar pelos dois, Carla Oliveira criou uma página de Facebook onde tenta angariar dinheiro para o tratamento. Conseguiu, até agora, 180 mil euros através da conta bancária que criou, aos que se juntam 50 mil euros angariados através do projeto Tempo Solidário. São, no total, 230 mil euros.
"Tinha de me lançar. Esta doença é uma luta contra o tempo e não podemos estar à espera que continue a voltar. O que a Leonor está a ter é uma recidiva, não posso esperar que venha outra e a minha filha morra. Não vou baixar os braços de forma nenhuma e tudo o que puder fazer por eles, com a ajuda de toda a gente, eu vou fazer", diz à SÁBADO.
Quem quiser contribuir pode fazê-lo através da conta solidária, de MBWay, ou do Tempo Solidário.
MBWay
930647886
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