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Clara Pinto Correia sofreu um AVC no final do verão

CM 10 de dezembro de 2025 às 14:49

A escritora de 65 anos foi encontrada pela empregada, na sua casa em Estremoz, mas já estaria morta há vários dias.

Clara Pinto Correia, de 65 anos, foi encontrada morta esta terça-feira, 9 de dezembro, na sua casa em Estremoz. O corpo, que se acredita estar sem vida há vários dias, foi descoberto pela empregada. A morte surge pouco depois de a autora ter publicou no jornal digital Página Um, onde era colunista, uma crónica na qual relatava uma cena de violação, na primeira pessoa, no Natal de 2020. 
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Clara Pinto Correia
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A última crónica da autora - publicada no dia em que se tornou pública a sua morte - trouxe outra revelação: Clara Pinto Correia terá sofrido um AVC no final do verão. No texto intitulado "Razões que a razão desconhece: memória selectiva de quando eu andei estúpida sem saber porquê", com detalhe o episódio, que ocorreu quando estava hospedada na Meia-Praia, em Lagos, a convite de amigas. "Teria sido uma maravilha, se não fosse o AVC. Assim, foram três dias de praia e cinco dias de hospital", escreveu. Segundo relatou, foi imediatamente levada ao hospital por uma amiga e, depois, transferida para Portimão. Explicou ainda que demorou "dois dias para recomeçar a falar e conseguir andar", e que, apesar de a recuperação inicial ter sido positiva, os meses seguintes se revelaram difíceis. "Depois há as sequelas. E, quando nos dão alta, também não nos dizem nada a esse respeito. Mas devia ser obrigatório dizerem, porque nós não nascemos ensinados", lê-se na crónica. A escritora contou que passou a cansar-se mais depressa, demorando mais tempo a escrever, e que começou a enviar os textos às irmãs antes da publicação para garantir que nada seguia com lapsos resultantes das sequelas. Na crónica, Claro Pinto Correia lamentava ainda a falta de informação pública sobre os sinais de alarme de um AVC. "Continuo a achar imperdoável que nunca se faça uma única campanha de esclarecimento, a nível nacional, sobre um problema que afecta tanta gente. (...) Quero é que a vida dos portugueses não acabe cedo demais porque nunca ninguém os ensinou a reconhecer o temível sinal de alarme que, de repente, se acende no meio de um nevoeiro cerrado."
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