Presidente da Caixa não se compromete com data para devolução da ajuda estatal

Por Diogo Cavaleiro - Jornal de Negócios

O presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos continua sem se comprometer com datas para a devolução da ajuda estatal, nomeadamente os 900 milhões em instrumentos híbridos. A indicação é só uma: "oportunamente".
 
Em 2012, o banco público recebeu uma injecção de dinheiro estatal de 1.650 milhões de euros, 750 milhões dos quais por acções, 900 milhões por instrumentos híbridos, que pagam juros, os chamados CoCos. E ainda não reembolsou estes últimos, nem parcial nem totalmente, o que levou até o anterior primeiro-ministro a mostrar-se preocupado.
 
"Qual é a preocupação com os CoCos? Vejo muita gente preocupada com os CoCos", ironizou José de Matos quando questionado na conferência de imprensa de apresentação dos prejuízos de 171,5 milhões de euros registados em 2015, sem referir-se ao anterior líder do Executivo. 
 
José de Matos sublinhou que os CoCos significavam um "custo enorme" para a CGD, mas não adiantou quando tenciona começar a devolver a ajuda estatal recebida em 2012. "Oportunamente" é o que diz sobre o prazo. "O nosso plano de capital será um aspecto tido em conta oportunamente, e quando for resolvido vai ter um impacto positivo".
 
Nas suas respostas, o presidente executivo da CGD, que não quis falar sobre a intenção do Governo de não o reconduzir no cargo, deixou ainda um lamento sobre o aumento de capital feito quando Pedro Passos Coelho era primeiro-ministro. Tinha sido preferível, disse, que a ajuda tivesse sido apenas por acções e não com CoCos. "Se tivéssemos tido capital antes de CoCos, teríamos menos 90 milhões de euros de custos por ano", declarou. 

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