Sábado – Pense por si

Os glutões

10 de agosto de 2011 às 12:35

A partidarização do Estado criou o milagre da multiplicação. Durante anos, os "boys" e "girls" reproduziram-se como Gremlins em tudo onde tocasse a longa mão do Estado.

A partidarização do Estado criou o milagre da multiplicação. Durante anos, os "boys" e "girls" reproduziram-se como Gremlins em tudo onde tocasse a longa mão do Estado. Cada partido que ocupava o poder executivo cumpria a sua missão quase divina: encarava o Estado como condomínio privado. Essa maré negra causou uma catástrofe ecológica: a administração é hoje uma banheira insalubre cheia de patinhos insufláveis de quem só tinha de ter um cartão partidário dourado. Olha-se à volta e vemos como vai ser difícil reformar um país que se partidarizou em excesso. A alteração da forma de escolha dos altos quadros da Administração Pública é um sinal positivo. Mas será apenas isso mesmo se a medida não for alargada aos institutos públicos que pululam como cogumelos pelo País, e se não se acabar com a saga de colocação de antigos "especialistas" de confiança por tudo o que é sítio. Criou-se a cultura da "partidarite" em Portugal, um valor muito mais importante do que o mérito. E enquanto não sairmos desta forma de ministrar a cicuta à sociedade, nada de essencial se alterará. Porque a austeridade chegará e poderá partir, e tudo ficará na mesma se os valores que foram a base desta partidarização do estado não forem combatidos sem quartel. PS e PSD viveram e sobreviveram desta relação pouco salutar com os dinheiros públicos. E só uma nova cultura política e social poderá inverter isso. O problema é que esta partidarização do universo público alastrou a toda a sociedade como um fungo. A dúvida subsiste: serão os partidos capazes de dominar o monstro que criaram e que engole os recursos do País?

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