Na antiga Grécia nada tinha mais valor do que a honra. Esta valia mais do que dinheiro.
Ou seja, era mais valiosa do que a dívida ou o défice. Tudo mudou: a honra penhora-se. Como se fosse um gadget. Por isso vivemos tão dependentes dos humores dos chamados mercados. Tudo vendemos no mercado em troca do dinheiro que serve para iludir a nossa desonra. Sem dinheiro, que sobra à Grécia? Que honra resta a quem é marcado com um ferro em brasa com CCC, mesmo que a mão que carrega a arma de dor seja uma agência de "rating"? Os filmes de série Z foram substituídos pelos de série CCC. Este é o mundo ZZZ. "Plan 9 From Outer Space" de Ed Woods regressou como "Plan CCC from European Space", realizado pela S&P e produzido pela UE. Esta quer destruir o euro como o conhecemos e busca uma desculpa. Não se apagam fogos com esguichos de água nem com regadores de petróleo, como vão fazendo, como irredutíveis seguidores de Cacofonix, o bardo de Astérix, os senhores Trichet e Juncker. Cada vez que cantam estremecem os pilares da Europa. Nem madame Castafiore partiria tantos vidros de cristal ao mesmo tempo. Portugal não tem muito tempo para aprender com a Grécia. A UE, que continua a seguir o caminho mais fácil e errado para compreender problemas complexos, está a fazer tudo para que Portugal seja a nova Grécia. O novo Governo não terá muito tempo para responder à questão fundamental: como nos salvaremos deste destino? Ninguém desculpará, daqui a meses, lamúrias ou lágrimas. A Grécia é a nosso filme de série Z ou de série CCC. Estamos a vê-lo. Há que evitar ser o próximo protagonista.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
André Ventura disse finalmente aquilo que há tanto tempo ansiava: “Não era preciso um Salazar, eram precisos três para pôr o país em ordem”. Resta saber se esse salazarista conhece a fábula da rã que queria ser grande como um boi.
O livro de Cercas, "O Louco de Deus no Fim do Mundo" é a procura da justificação da ressurreição plena dos corpos entre os crentes católicos, mas assenta num equívoco.