De um momento para o outro Portugal deixou-se de grandezas. Deixou de querer forrar o País de mais auto-estradas, estádios, aeroportos e TGVs.
Portugal regressou a Lilliput. E a elite política deixou de se querer comportar como o Gulliver de pés de barro. Os exemplos abundam, como papoilas saltitantes. A Câmara Municipal de Lisboa quer extinguir freguesias. O PSD quer ter um Governo mínimo, com um número de ministros que cabem numa carrinha familiar. A CP ameaça transformar-se numa empresa que apenas operará entre Lisboa e Porto depois de cumprir o desígnio nacional de acabar com tudo o resto da linha-férrea do País. O ministro Jorge Lacão não quer nem 230, nem 229, mas sim 180 deputados. Faltou propor que só ficassem no Parlamento os líderes parlamentares do PS e do PSD, para alargar a discussão democrática. O PSD quer acabar com empresas públicas que se revelem deficitárias. E há já quem sublinhe que é preciso eliminar liminarmente "boys" e "girls" que pululam por tudo o que é sector empresarial e estatal. O Governo deu o exemplo e diminuiu até ao inconcebível os rendimentos de quem trabalha com recibos verdes. Este não é o Estado mínimo. É o País mínimo. Portugal entrou como concorrente no "O Peso Certo" e vai tentar ganhar aos concorrentes individuais que se apresentem no concurso. Esta fúria de emagrecimento nacional mostra que se está a poupar em calorias, mas também em neurónios. Não se decreta o emagrecimento do País. Deve apostar-se numa campanha contra a obesidade desnecessária. O Estado é gordo porque os partidos o desejaram assim. A anorexia em excesso não resolve o âmago da questão.
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A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.