Cristina Casalinho, presidente do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, afasta, à partida, uma nova emissão de OTRV, sendo esta a primeira vez que a entidade não deverá emitir em Novembro, como tem acontecido desde que este produto de poupança do Estado foi lançado, em Março de 2016.
"As OTRV estão encerradas. Já cumprimos o programa para este ano", começou por explicar Cristina Casalinho em declarações à margem da segunda edição do "M&A Outlook", organizada pela Mergermarket em Lisboa. Por isso, "dificilmente" o IGCP realizará outra operação. "Não podemos dizer que as portas estão fechadas, mas vemos com pouca probabilidade a realização de uma nova emissão de OTRV", disse a presidente da agência responsável pela gestão da dívida pública.
A primeira, e única, operação deste ano realizou-se em Julho. A procura pelas Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) atingiu 1,753 mil milhões de euros, um valor que se situou 75% acima do montante da emissão, que totalizou mil milhões de euros.
Apesar de a taxa de remuneração ter sido fixada no valor mais baixo de sempre (1% em termos brutos), este produto de poupança do Estado continua a atrair um forte interesse por parte dos portugueses.
Emissão de dívida "reflecte subida do rating"
Relativamente à emissão de dívida realizada por Portugal na quarta-feira, quando o país pagou menos para se financiar, Cristina Casalinho afirma que "foi um bom leilão e que teve boa procura". "As taxas saíram abaixo das do mercado secundário", notou a responsável pelo IGCP.
Este resultado, referiu Casalinho, reflecte "também o facto de Portugal, ao longo dos últimos 18 meses, ter vindo a registar significativas melhorias de rating".
"Vimos que o primeiro sinal do impacto da melhoria do rating foi quando a S&P em Abril, antes de fazer o upgrade, melhorou a perspectiva e já aí começámos a ver um fenómeno de maior envolvimento dos investidores que estão mais sensíveis à questão do rating. Depois com o upgrade da parte da S&P, em Setembro do ano passado, aí o efeito foi muito notório com a compressão dos spreads que foi bastante evidente", referiu ainda.
Reembolso ao FMI? "Estamos em negociações"
Esta emissão também contribuiu para reembolsar o que o país ainda deve ao FMI. "Estão a decorrer as negociações relativas à possibilidade de reembolsar antecipadamente também parte da tranche mais barata e é nesse sentido que estamos a trabalhar. O leilão de ontem já será orientado para essa necessidade", referiu Cristina Casalinho.
"Já pagámos 83%. Pagámos a tranche mais cara. Já tínhamos cumprido o programa de financiamento em termos de emissões de médio e longo prazo para este ano", disse ainda a presidente da entidade.
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