Esta crise política está a secar o País. Seca as ideias, as energias e o futuro.
Esta crise poderia secar políticos. Mas está a transformar a esperança num imenso deserto. "Ashes to ashes", cantaria David Bowie. O pó poderá transformar-se em pó, mas não deveria. Qualquer que seja hoje o destino da crise política, Portugal continuará a ser um equilibrista no trapézio financeiro. Mesmo que os políticos se desequilibrem a crise financeira sobreviverá. E continuará a ser o fantasma que vai atormentar os portugueses nos próximos anos. Continuará a regressar como assombração se nada aprendermos com este nó górdio em que, alegremente, nos fomos enforcando. O PEC IV pode hoje ser derrotado no Parlamento. Mas ele já se tornou a nossa Constituição para os próximos anos, escrita por Angela Merkel e por Jean-Claude Juncker. Assinada de cruz por José Sócrates. Portugal e o PEC vão ser irmãos de sangue. E o sangue será o nosso. A nossa grande crise é a deturpação. Ilude-se os verdadeiros problemas. E continuamos a patinar na maionese das questões acessórias. Essa é a grande ilusão nacional. Mas não deixa de ser uma farsa. É curioso que sendo a politica quase toda elaborada fora do Parlamento, seja ele que decide da vida e morte deste Governo. É a forma e não o conteúdo que é o Brutus de Sócrates, ao contrário do que este pensava. É no Parlamento que ignorou que se decide o destino deste Executivo. Mas não se acaba com este PEC, nem com os que aí virão. O rei Midas transformava em ouro tudo o que tocava. Sócrates transformou em cinzas tudo o que tocou. É isso que resta: pó e lágrimas.
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"O cachecol é uma herança de família," contrapôs a advogada de Beatriz. "Quando o casamento terminou, os objetos sentimentais da família Sousa deveriam ter regressado à família."
O senhor Dr. Durão Barroso teve, enquanto primeiro-ministro, a oportunidade, de pôr as mãos na massa da desgraça nacional e transformá-la em ouro. Tantas capacidades, e afinal, nestum sem figos.
Frank Caprio praticava uma justiça humanista, prática, que partia da complexa realidade. Por isso, era conhecido ora como "o juiz mais gentil do mundo", ora como “o melhor juiz do mundo”.
É de uma ironia cruel que as pessoas acabem por votar naqueles que estão apostados em destruir o Estado Social. Por isso mesmo, são responsáveis pela perda de rendimentos e de qualidade de vida da grande maioria dos portugueses e das portuguesas.