Sábado – Pense por si

A arte da guerra

09 de fevereiro de 2011 às 12:15

Os ensaios para as batalhas políticas de Março estão a decorrer a bom ritmo.

Para já com coreografias próprias do PCP, mais rápido do que a concorrência do BE a pintar a cara para a luta. Portugal vai tornar-se um território da dança da chuva que permita inundar a confiança do Governo. PSD e PP olham-se, à espera do momento certo para a abordagem final ao navio do poder. José Sócrates prepara pacientemente o congresso do PS, indiferente a críticas internas difusas e com um conforto financeiro que se julgava impossível há semanas e que lhe dá algum fôlego para se concentrar no artifício político. Se escapar ao cerco financeiro, Sócrates poderá encomendar mais uma das suas sete vidas políticas. Porque não cairá da árvore como uma maçã madura. A remodelação governamental antecipará a luta pela sua sobrevivência política. Sun Tzu ensinou que a surpresa é determinante na vitória. Mas também explicou que é preciso estar prevenido e esperar que o adversário esteja desprevenido. Até hoje, ele foi um mestre da táctica, coisa que de pouco vale quando se pensa na política como uma guerra estratégica. Ele não quer mais do que gerir agora o poder. Não está no Governo para deixar uma herança ideológica a Portugal. Passos Coelho prepara o seu momento, esperando agora alargar o seu fascínio à sociedade civil. É por isso que não quer, neste momento, estar associado a Paulo Portas. O próximo mês será um aperitivo, com mais ou menos rebuçados por imperativo dos mercados e da Alemanha. A verdadeira batalha virá depois. Será fratricida. E chegará de surpresa.

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"O afundamento deles não começou no Canal; começou quando deixaram as suas casas. Talvez até tenha começado no dia em que se lhes meteu na cabeça a ideia de que tudo seria melhor noutro lugar, quando começaram a querer supermercados e abonos de família".