A imagem de uma população em greve geral, em manifestação de rua permanente, conduzindo ao quase, senão iminente, colapso de um Governo eleito para tentar ultrapassar uma grave crise financeira, está a marcar a imagem que os mercados financeiros hoje fazem do Sul da Europa. Para nós, trata-se algo confinado à Grécia. Mas para os investidores do Norte da Europa, é todo o Sul que está em causa. Nesse quadro, qualquer sugestão de reestruturação da dívida grega é vista como um sinal de incumprimento generalizado do Sul. A convicção é a de que a Grécia apenas ilumina o caminho que os outros seguirão. E, sendo os mercados dados a sentimentos ou consensos generalizados, importa reconhecer duas coisas: Uma, a de que no curto-prazo teremos de saber viver neste contexto. Outra, a de que a médio-prazo teremos duas opções: mostrar que somos diferentes ou afundar em conjunto com os gregos.