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Vhils volta a ser considerado português do ano

16 de maio de 2016 às 09:11

O artista Vhils recebe hoje o prémio personalidade do ano, Prémio Martha de la Cal, da Associação da Imprensa Estrangeira

Os jornalistas estrangeiros, em Portugal, decidiram distinguir o artista Alexandre Farto, que assina Vhils, com o prémio máximo da sua associação, que lhe será entregue hoje, pelo ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, numa sessão a decorrer no IADE - Instituto de Arte e Design, em Lisboa, a partir das 18h30.

Alexandre Farto, 28 anos, captou a atenção a escavar muros com retratos, um trabalho que tem sido reconhecido a nível nacional e internacional e que já levou o artista a vários cantos do mundo.

Vhils cresceu no Seixal, onde começou por pintar paredes e comboios comgraffiti, aos 13 anos, antes de rumar a Londres, para estudar Belas Artes, na Central Saint Martins, depois de não ter conseguido média para uma faculdade portuguesa.

A AIEP destaca a presença do trabalho de Vhils em cidades como Lisboa, Porto e Aveiro, mas também em Nova Iorque, Moscovo, Londres ou Los Angeles, e a sua capacidade para transformar a paisagem urbana degradada num espaço de diálogo sobre a condição humana.

A técnica que notabilizou Vhils consiste em criar imagens, em paredes ou murais, através da remoção de camadas de materiais de construção, criando uma imagem em negativo. Além das paredes, já aplicou a mesma técnica em madeira, metal e papel, nomeadamente em cartazes que se vão acumulando nos muros das cidades.

Em Julho de 2014, Alexandre Farto inaugurou a sua primeira grande exposição numa instituição nacional, o Museu da Eletricidade, em Lisboa.Dissecação/Dissection atraiu mais de 65 mil visitantes em três meses.

Esse ano ficaria também marcado, na carreira do artista português, pela colaboração com a banda irlandesa U2, para quem criou um vídeo incluído no projecto visualFilms of Innocence, que foi editado em Dezembro de 2014, e é um complemento do álbumSongs of Innocence.

Em Janeiro de 2015, surgiu nas listas30 under 30 da revista norte-americana Forbes, que destacam jovens de sucesso com menos de 30 anos. A 10 de Junho de 2015, foi condecorado como Cavaleiro da Ordem de Sant'Iago de Espada.

Em 2015, o trabalho de Vhils também chegou ao espaço, à Estação Espacial Internacional (EEI), no âmbito do filmeO sentido da vida, do realizador Miguel Gonçalves Mendes.

No passado mês de Março, inaugurou a primeira exposição individual em Hong Kong,Debris, no topo do Pier 4 (Cais 4), uma mostra que reflecte a cidade e a identidade de quem nela habita para ver e, sobretudo, "sentir".

No último ano, entre outros, criou o rosto de Amália Rodrigues, em calçada portuguesa, em Alfama, Lisboa, e um olho na parede de um prédio da Quinta do Mocho, em Sacavém, Loures.

Paralelamente ao desenvolvimento da sua carreira criou, com a francesa Pauline Foessel, a plataforma Underdogs, projecto cultural que se divide entre arte pública, com pinturas nas paredes da cidade, e exposições dentro de portas, em Lisboa.

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